Em meio a uma crise política causada por denúncias de corrupção que parecem se renovar a cada dia, o Presidente da República veio mais uma vez a público, na noite do último dia 23 de junho em cadeia nacional de rádio e tv, para repetir o já monocórdio discurso de que “este governo não rouba, não deixa roubar e et coetera e tal...”
Talvez o presidente tenha sido convencido por algum conselheiro “lua preta”, de que a mera repetição insistente de tal construção retórica (tal e qual um mantra), pode fazer com que todos acreditem nela, inclusive ele próprio!
O presidente também aproveitou a oportunidade para louvar o trabalho da imprensa, do Ministério Público e da Polícia Federal, repetindo já enfadonha manobra de tentar fazer crer a todos que seu governo é responsável pelo trabalho de instituições sobre as quais não exerce (nem poderia exercer), nenhum tipo de comando.
Como deve ser em um Estado de Direito Democrático a imprensa exerce seu papel de forma livre e independente, a despeito dos interesses e humores de qualquer governo, o que significa dizer que para um jornalista sério, encômios ou críticas do presidente têm o mesmo valor, ou seja, nenhum!
Dependendo do contexto, inclusive, considerando de onde venham, críticas sinceras podem ser mais lisonjeiras e desejáveis do que elogios nem tanto.
A propósito, fica até difícil entender elogios à imprensa em um governo que há bem pouco atrás pretendia estabelecer um “conselho” com poderes para até mesmo suspender ou cassar o exercício profissional de jornalistas que se portassem de modo inconveniente.
Quanto ao Ministério Público, trata-se de instituição absolutamente autônoma, com atuação pautada pelo cumprimento da Lei no interesse da sociedade, completamente desvinculada de qualquer governo e Poder da República.
Portanto, o trabalho do Ministério Público, também não pode ser creditado na conta de realizações de quem quer que seja, por conta de supostas “cruzadas” contra a corrupção!
Em dado momento do discurso em questão, o presidente afirmou que usará toda a “força da lei” contra aqueles que forem considerados culpados por desvios de conduta, em mais um equívoco claro já que quem processará e julgará, promovendo a aplicação de toda a “força da lei” contra os eventualmente culpados será o Poder Judiciário.
O Poder Executivo, chefiado por nosso presidente, não tem nada a ver com isso!
Finalmente, em igualmente já requentado discurso, foi afirmado que "nenhum outro governo combateu a corrupção como este tem combatido", sendo apresentadas como argumento a corroborar tal assertiva, as inúmeras operações policiais desenvolvidas pelo Departamento de Polícia Federal.
Para parcelas expressivas de nossa sociedade (infelizmente menos esclarecidas), fica a impressão de que a Polícia Federal é uma espécie de guarda pretoriana, que só investiga e prende quando o presidente manda, idéia equivocada que se não é boa para a instituição policial federal pode ser igualmente danosa para o governo no caso da polícia cometer algum erro sério, o que desafortunadamente sempre pode acontecer.
Entretanto, no caso de um fracasso policial é muito pouco provável que o presidente faça um pronunciamento assumindo a responsabilidade!
O Departamento de Polícia Federal está ligado administrativamente ao Poder Executivo através do ministério da justiça, mas não depende de aval ou de autorização do governo para cumprir suas atribuições constitucionais, o que faz dentro dos limites da legislação, sob a fiscalização do Ministério Público e do Poder Judiciário!
Qualquer observador atento pode perceber que algumas das operações deflagradas ultimamente pela polícia federal são o resultado de investigações iniciadas anos atrás, ainda sob outro governo federal.
A nova forma de atuar do DPF também só foi possível graças à introdução de novas e sofisticadas ferramentas de gerenciamento de informações (softwares p.ex.), que foram adquiridas e começaram a ser implantadas ainda no governo anterior, conforme noticiado à época pela imprensa, ao longo do ano de 2002.
Os servidores do departamento de polícia federal, reais responsáveis pelos sucessos da instituição, queixam-se de salários defasados e da falta de melhores condições de trabalho.
O governo da república, ao mesmo tempo em que procura capitalizar politicamente o prestígio popular obtido pelo trabalho dos policiais federais, faz ouvidos moucos às reivindicações da categoria.
Não é justo!
Talvez o presidente tenha sido convencido por algum conselheiro “lua preta”, de que a mera repetição insistente de tal construção retórica (tal e qual um mantra), pode fazer com que todos acreditem nela, inclusive ele próprio!
O presidente também aproveitou a oportunidade para louvar o trabalho da imprensa, do Ministério Público e da Polícia Federal, repetindo já enfadonha manobra de tentar fazer crer a todos que seu governo é responsável pelo trabalho de instituições sobre as quais não exerce (nem poderia exercer), nenhum tipo de comando.
Como deve ser em um Estado de Direito Democrático a imprensa exerce seu papel de forma livre e independente, a despeito dos interesses e humores de qualquer governo, o que significa dizer que para um jornalista sério, encômios ou críticas do presidente têm o mesmo valor, ou seja, nenhum!
Dependendo do contexto, inclusive, considerando de onde venham, críticas sinceras podem ser mais lisonjeiras e desejáveis do que elogios nem tanto.
A propósito, fica até difícil entender elogios à imprensa em um governo que há bem pouco atrás pretendia estabelecer um “conselho” com poderes para até mesmo suspender ou cassar o exercício profissional de jornalistas que se portassem de modo inconveniente.
Quanto ao Ministério Público, trata-se de instituição absolutamente autônoma, com atuação pautada pelo cumprimento da Lei no interesse da sociedade, completamente desvinculada de qualquer governo e Poder da República.
Portanto, o trabalho do Ministério Público, também não pode ser creditado na conta de realizações de quem quer que seja, por conta de supostas “cruzadas” contra a corrupção!
Em dado momento do discurso em questão, o presidente afirmou que usará toda a “força da lei” contra aqueles que forem considerados culpados por desvios de conduta, em mais um equívoco claro já que quem processará e julgará, promovendo a aplicação de toda a “força da lei” contra os eventualmente culpados será o Poder Judiciário.
O Poder Executivo, chefiado por nosso presidente, não tem nada a ver com isso!
Finalmente, em igualmente já requentado discurso, foi afirmado que "nenhum outro governo combateu a corrupção como este tem combatido", sendo apresentadas como argumento a corroborar tal assertiva, as inúmeras operações policiais desenvolvidas pelo Departamento de Polícia Federal.
Para parcelas expressivas de nossa sociedade (infelizmente menos esclarecidas), fica a impressão de que a Polícia Federal é uma espécie de guarda pretoriana, que só investiga e prende quando o presidente manda, idéia equivocada que se não é boa para a instituição policial federal pode ser igualmente danosa para o governo no caso da polícia cometer algum erro sério, o que desafortunadamente sempre pode acontecer.
Entretanto, no caso de um fracasso policial é muito pouco provável que o presidente faça um pronunciamento assumindo a responsabilidade!
O Departamento de Polícia Federal está ligado administrativamente ao Poder Executivo através do ministério da justiça, mas não depende de aval ou de autorização do governo para cumprir suas atribuições constitucionais, o que faz dentro dos limites da legislação, sob a fiscalização do Ministério Público e do Poder Judiciário!
Qualquer observador atento pode perceber que algumas das operações deflagradas ultimamente pela polícia federal são o resultado de investigações iniciadas anos atrás, ainda sob outro governo federal.
A nova forma de atuar do DPF também só foi possível graças à introdução de novas e sofisticadas ferramentas de gerenciamento de informações (softwares p.ex.), que foram adquiridas e começaram a ser implantadas ainda no governo anterior, conforme noticiado à época pela imprensa, ao longo do ano de 2002.
Os servidores do departamento de polícia federal, reais responsáveis pelos sucessos da instituição, queixam-se de salários defasados e da falta de melhores condições de trabalho.
O governo da república, ao mesmo tempo em que procura capitalizar politicamente o prestígio popular obtido pelo trabalho dos policiais federais, faz ouvidos moucos às reivindicações da categoria.
Não é justo!
4 comentários:
Concordo com a sua colocação. O presidente capitaliza vitórias que não são suas, colocando-se como um grande cassador de corruptos, esquecendo da corrupção intestina, que cresce dentro do corpo do seu governo.
O estranho é o ministro Márcio Thomaz Bastos avalizar esse discurso de Lula.
Há um grande equívoco nesse governo, um equívoco de organização, de estrutura, de planejamento.
Quebrado na sua coluna vertebral, emite espasmos desconexos para aqui e para lá, sem assumir um rumo coerente, dentro de uma lógica aceitável.
Vejo o Lulla como um idiota útil. Seus ditos "amigos" o colocaram lá para se locupletarem. Tenho minhas dúvidas se ele é total ou parcialmente inocente. Lembrei do filme "25ª Hora" com Anthony Quinn, um humilde cidadão alemão, que tinha sua vidinha e familia e foi escalado pelos nazistas para ser o garoto propaganda do regime. As expressões do Lulla me trazem à lembrança a fabulosa interpretação do Quinn.
O momento é triste, porém importante para amadurecermos e não mais escolhermos um pobre coitado que diz que venceu na vida para Presidente.
Presidente é uma coisa muito séria.
Eu nunca me irritei tanto com um pronunciamento de um presidente como esse último comentado nesse post. Sem contar que a dicção é péssima.
Fiz questão de assistir para ver o quê o Exmo. Sr Lula iria falar sobre toda essa nojeira política que assola o nosso país.
Eu escutava o que ele falava e não acredita.É subestimar a inteligência de um povo. Praticamente se colocou na posição daquele que irá salvar o Brasil dessa balburdia que estamos vivendo.
Eu tenho um amigo que diz que cada país tem o presidente(ou governante) que merece. E eu estou começando achar que ele tem razão. Quem mandou colocar o PT no poder, agora aguenta!
Texto exemplarmente escrito, esclarecendo a devida atribuição da PF no contexto político do presidente Lulático! Somos independentes e infelizmente desvalorizados pelo atual governo, pois valorização é a paga de salários dignos, condições de trabalho ideais com armamento, munição, combustível, viatura, equipamentos de informática, etc.
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