terça-feira, 23 de abril de 2019

Política de má qualidade

Em foto do O GLOBO, o morro do Preventório em Charitas/Niterói


Ainda impactados pelo trauma de mortos e feridos em deslizamentos causados por chuvas fortes tomamos conhecimento (através de matéria do O GLOBO) de que em Niterói, após dois anos de atraso, ficou pronto um estudo que aponta 258 áreas de risco na cidade onde 1.534 famílias vivem sob a ameaça de desmoronamentos. A prefeitura de Niterói estima um gasto de cerca de 200 milhões em obras de contenção de encostas. Um engenheiro amigo me diz que essas obras são como “enxugar gelo” e que o correto seria o investimento em habitação popular removendo as famílias que vivem em encostas para moradias dignas e em locais seguros. O problema é que a remoção de famílias é uma medida que sempre gera antipatia e, em consequência, efeitos negativos nas próximas eleições. Benjamin Disraeli, um político britânico do século XIX, costumava dizer que a diferença entre um político ordinário e um estadista é que o primeiro só pensa nas próximas eleições enquanto o estadista pensa nas próximas gerações. Disraeli ficaria horrorizado se conhecesse os políticos que “administram” Niterói!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

UMA LIÇÃO DO PRIMEIRO MUNDO.



Na década de 80, visitei o departamento de polícia da cidade de Miami e fui muito bem recebido. Após assinar um termo de responsabilidade foi permitido que eu, como policial estrangeiro, participasse como observador de um turno de patrulha em uma viatura que atuava em uma área do centro da cidade. Em dado momento, o policial flagrou um veículo “furando” um sinal vermelho. O policial seguiu o carro, deu um leve toque na sirene e usando o sistema de som da viatura pediu ao motorista que encostasse o carro no que foi obedecido. O policial desceu do carro se aproximando da janela do motorista e pediu a habilitação, o documento do carro e informou que o motorista seria multado pelo avanço de sinal.
O motorista tentou argumentar, mas se irritou ao perceber que o policial preenchia o talão de multas e passou a dirigir impropérios e xingamentos ao policial que parecia não ouvir nada! O policial terminou de preencher o formulário, entregou a multa ao motorista e retornou à viatura voltando ao patrulhamento. Como eu acompanhei tudo, alguns minutos depois tomei coragem e perguntei ao policial se ele havia ouvido os xingamentos, ao que ele respondeu afirmativamente e explicou que o motorista tinha o direito de se sentir contrariado e podia xingar à vontade a única coisa que o motorista não podia fazer era “tocar” no policial, porque isso seria considerado agressão e seria caso de prisão!
Há uma lição importante nesse episódio: o funcionário público muitas vezes contraria interesses no exercício de sua função e deve estar preparado para receber críticas por mais ácidas que sejam! Se o servidor público não sabe lidar com críticas, de duas uma: ou não tem noção do seu papel na sociedade ou não reúne condições de servir ao público!

sábado, 13 de abril de 2019

A "maldição" de Niterói.


“ATÍPICO” é um adjetivo que caiu muito no gosto das nossas “otoridades” já há alguns anos e tem servido para mascarar a incompetência e o descaso na administração de cidades como Rio de Janeiro e Niterói, por exemplo, para ficar mais próximo de nosso contexto. Sempre que uma chuva mais forte nos atinge o “prefeito” se apressa em dar entrevistas dizendo que a tempestade foi “atípica” e, por esse motivo, a cidade não estava preparada! O problema é que as tempestades fortes tem se tornado cada vez mais frequentes e não podem mais ser classificadas como atípicas, mas se tornaram a causa de tragédias esperadas e previsíveis. Os climatologistas são unânimes em afirmar que as mudanças climáticas estão alterando o regime de chuvas e as tempestades torrenciais vieram para ficar! As enchentes em Niterói já são uma triste “tradição” que sempre causam enormes prejuízos e quase sempre há perdas de vidas. A cidade já poderia estar preparada para isso há muito tempo, mas Niterói sofre de uma maldição de prefeitos incompetentes e demagogos que se revezam no cargo há mais de 20 anos!

domingo, 7 de abril de 2019

Um "brinquedo" assassino ilegal e tolerado!

A menina Eloah em foto do O Globo
 

Uma sociedade, tal e qual um organismo vivo, pode ficar doente! A passividade e o conformismo são sintomas sérios de uma “doença” social que se não for tratada pode levar ao caos e à desintegração! Quando o povo perde a capacidade de se indignar fica aberto o caminho para o desgoverno, para a incompetência e para a corrupção e pode-se dizer que essa é a principal causa para os problemas que vivemos hoje no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. No domingo passado (31 de março), uma menina de 8 anos caminhava em uma passarela da Avenida Brasil em companhia da mãe quando foi ferida nas pernas por uma “linha chilena”. Ela acabou hospitalizada em coma induzido e teve que amputar uma das pernas. A “linha chilena” é uma linha preparada como cola e vidro ou metal moído e tem a finalidade de se tornar “cortante” para servir de “brinquedo” em guerras de pipas. É um “brinquedo” proibido por lei, mas ninguém reprime! Já aconteceram casos até de mortes causadas por tal “brinquedo” assassino! A pergunta que fica é: onde estão e o que fazem as nossas “otoridades”???