quarta-feira, 17 de abril de 2019

UMA LIÇÃO DO PRIMEIRO MUNDO.



Na década de 80, visitei o departamento de polícia da cidade de Miami e fui muito bem recebido. Após assinar um termo de responsabilidade foi permitido que eu, como policial estrangeiro, participasse como observador de um turno de patrulha em uma viatura que atuava em uma área do centro da cidade. Em dado momento, o policial flagrou um veículo “furando” um sinal vermelho. O policial seguiu o carro, deu um leve toque na sirene e usando o sistema de som da viatura pediu ao motorista que encostasse o carro no que foi obedecido. O policial desceu do carro se aproximando da janela do motorista e pediu a habilitação, o documento do carro e informou que o motorista seria multado pelo avanço de sinal.
O motorista tentou argumentar, mas se irritou ao perceber que o policial preenchia o talão de multas e passou a dirigir impropérios e xingamentos ao policial que parecia não ouvir nada! O policial terminou de preencher o formulário, entregou a multa ao motorista e retornou à viatura voltando ao patrulhamento. Como eu acompanhei tudo, alguns minutos depois tomei coragem e perguntei ao policial se ele havia ouvido os xingamentos, ao que ele respondeu afirmativamente e explicou que o motorista tinha o direito de se sentir contrariado e podia xingar à vontade a única coisa que o motorista não podia fazer era “tocar” no policial, porque isso seria considerado agressão e seria caso de prisão!
Há uma lição importante nesse episódio: o funcionário público muitas vezes contraria interesses no exercício de sua função e deve estar preparado para receber críticas por mais ácidas que sejam! Se o servidor público não sabe lidar com críticas, de duas uma: ou não tem noção do seu papel na sociedade ou não reúne condições de servir ao público!

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