terça-feira, 22 de novembro de 2005

A cidade de NICHTEROY (Niterói) comemora HOJE, 22 de novembro, 432 anos de sua fundação!


Niterói, do tupi-guarani, "Água Escondida".
Muitos lugares, hoje habitados, eram cobertos pelo mar.
Era uma região cheia de mangues.
Sua história começa com a descoberta da existência de uma espécie de madeira, o pau-brasil.
Havia necessidade de ocupação e povoamento do local em virtude das constantes ameaças de invasão e ocupação estrangeira, sobretudo francesa, interessada na exploração do pau-brasil e das especiarias e das tentativas de Nicolau Durant de Villegagnon que pretendia fundar uma colônia nessas terras, a França Antártica.
Os índios Tamoios dominavam a região, hoje, Niterói, e eram importantes aliados dos franceses, trocando com eles o pau-brasil por utensílios. Em 1º de março de 1565, os portugueses fundaram a cidade do Rio de Janeiro.
Como estavam incomodados com a constante presença de franceses no litoral, conseguiram, com reforços vindos de Portugal mais a ajuda dos índios Temiminós (chefiados por Araribóia), expulsar os franceses após violentos combates em 1567 e reconquistaram a cidade.
Araribóia e sua tribo, a pedido do governador geral, permaneceram no Rio de Janeiro e no ano seguinte, 1568, Araribóia foi batizado na religião católica com o nome de Martim Afonso de Souza e recebeu como recompensa por seus serviços prestados à Coroa Portuguesa, terras do outro lado da Baía da Guanabara.
A importância da sesmaria de Araribóia deveu-se ao fato de corresponder ao miolo do atual núcleo urbano de Niterói.
A doação por Mem de Sá tornou-se efetiva a 6 de março de 1568, sendo a posse solene com a presença do governador Cristóvão Barros, realizada em 22 de novembro de 1573.
Essa é a maior data de Niterói, feriado municipal, quando se comemora o aniversário da Cidade.
Maracajaguaçu, o Índio Gato Bravo Grande, cuja aldeia se localizava na Ilha de Paranapuã, atual Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, teve dois filhos: Mamenoaçu e Araribóia (Cobra da Tempestade ou Cobra Feroz).
A conquista do território brasileiro por Portugal deve muito a um grande e valoroso índio, filho de Maracajaguaçu: Araribóia.
Este cacique esteve entre os principais artífices da expulsão dos invasores franceses do Brasil.
Recrutado por Estácio de Sá, organizou seus guerreiros temiminós e colocou para correr o inimigo, que já se perpetuava na baía de Guanabara havia mais de uma década.
Agradecido, o rei Dom Sebastião cobriu Araribóia de honrarias: deu-lhe o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, nomeou-o capitão e tornou-o proprietário de uma grande sesmaria em Niterói.
Araribóia foi batizado pelos portugueses como Martim Afonso de Souza.
A esquadra francesa se instalara na Guanabara em 1556, ocupando uma ilha e ali erguendo um forte.
Para se contrapor às forças portuguesas, o comandante dos invasores, Nicolau Durand de Villegainon, firmou uma aliança com os índios tamoios, cerca de 70 mil homens naquela faixa do litoral.
O acordo permitiu que as forças enviadas de Salvador por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, fossem rechaçadas.
Com a unidade da colônia correndo perigo, Mem de Sá mandou vir do reino seu sobrinho Estácio de Sá e o incumbiu de adotar a mesma estratégia dos franceses: arregimentar apoio indígena.
O confronto mais violento ocorreu em Uruçumirim, onde os invasores estavam aquartelados.
Galgando penhascos, Araribóia foi o primeiro a entrar no baluarte inimigo. Empunhava uma tocha, com a qual explodiu o paiol de pólvora e abriu caminho para o ataque.
Durante a luta, uma flecha envenenada raspou o rosto de Estácio de Sá, que morreu posteriormente, vítima de infecção.
O ataque derradeiro, foi uma matança noturna.
O vitorioso Araribóia amanheceu banhado de sangue francês e tamoio.
O fiel aliado dos portugueses, entretanto, terminou seus dias em conflito com o substituto de Mem de Sá, Antonio Salema.
Quando este veio ao Rio de Janeiro, o idoso cacique fez questão de cumprimentá-lo.
Durante a conversa, o índio sentou-se sobre as próprias pernas, buscando uma melhor acomodação.
Salema considerou o gesto ofensivo e informou ao visitante que aqueles não eram modos de comportar-se diante de um governador.
Araribóia respondeu-lhe então:
"Minhas pernas estão cansadas por tanto guerrear em favor do vosso rei.
Vou para a minha aldeia, pois não sou cortesão.
Aqui não volto mais."
E retirou-se.
Ele morreu em 1574, em sua aldeia, nos braços de seu povo, de morte natural.
Há controvérsias, há quem diga que o cacique ARARIBÓIA morreu afogado nas águas da baía de Guanabara, fazendo o que mais gostava, nadar!

2 comentários:

Ricardo Rayol disse...

E a visão mais bonita continua sendo a do Rio de Janeiro, rs.

Alice disse...

Parabéns Niterói e pelo post .