sexta-feira, 23 de maio de 2008

Banditismo na ponte Rio-Niterói!

O texto abaixo, de autoria deste blogueiro, foi publicado no blog da Segurança Pública do jornal O DIA do Rio de Janeiro, hoje, em 23 de maio de 2008!
Quem quiser visitar o blog do jornal O Dia, é só clicar no título deste post!
O texto publicado, segue abaixo:
"Banditismo na ponte Rio-Niterói!
Ao longo de mais de trinta anos de efetivo exercício nos quadros do Departamento de Polícia Federal, o autor deste texto teve a oportunidade de trabalhar em diversas áreas da instituição, inclusive naquela conhecida como “segurança de dignitários”, onde logrou amealhar relevante experiência.
O signatário foi o responsável pela coordenação da segurança do Papa João Paulo II, durante sua visita ao Rio de Janeiro em 1997, como também foi o coordenador geral das equipes de segurança móvel aproximada que acompanharam todos os chefes de estado presentes à RIO-92, conferência da ONU sobre o meio ambiente.
A segurança física de autoridades estrangeiras visitantes é responsabilidade do país anfitrião, e como tais autoridades costumam cumprir uma extensa agenda de compromissos, o planejamento da segurança deve ser minucioso e, portanto complexo.
A Polícia Federal deve guarnecer não somente os hotéis onde as autoridades estrangeiras ficam hospedadas, como os locais dos eventos de que participarão e os trajetos entre um local e outro, já que as autoridades visitantes são acompanhadas, de muito perto, por equipes de policiais federais fortemente armados e especialmente treinados.
Existe uma doutrina mundial aplicável aos procedimentos que norteiam as operações de segurança de autoridades, e uma das “regras de ouro” a ser obedecida no planejame
nto dos trajetos que serão cumpridos pelo comboio em que viaja a autoridade, determina que a passagem por túneis ou pistas elevadas, como pontes ou viadutos, deve ser evitada a todo custo!
A razão é simples:
No caso de uma emboscada, uma ponte, viaduto ou túnel pode se transformar em uma armadilha mortal porque não há alternativas laterais de fuga!
Pelo mesmo motivo, criminosos em fuga deveriam evitar túneis, pontes ou viadutos já que um sistema de segurança pública organizado, em que existe integração e comunicação, os policiais podem facilmente bloquear as duas extremidades do túnel, ponte ou viaduto, transformando-os em uma “ratoeira” fatal para os bandidos, que ficam sem rotas de fuga.
Pelo menos é assim que acontece em países onde a polícia se comunica e age de forma articulada!
No Rio de Janeiro, porém, as coisas acontecem de forma diferente, infelizmente, para os cidadãos de bem!
Não são poucos os casos pretéritos em que bandidos realizaram “arrastões” em túneis localizados em áreas nobres da cidade.
Também não são poucos os casos de ataques de criminosos ocorridos em pistas elevadas como a avenida perimetral.
A última novidade é que a ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Rio-Niterói tem se transformado ultimamente em segura rota de fuga para bandidos.
Conforme amplamente noticiado pela mídia, nas manhãs dos últimos dias 20, 22 e 23 de maio, respectivamente, terça, quinta e sexta-feira, bandos armados atacaram motoristas e roubaram carros em Niterói, e usaram a ponte Rio-Niterói como rota de fuga em direção à cidade do Rio de Janeiro!
Não é pouca coisa não!!!
A ponte Rio-Niterói, descontando as pistas de acesso, tem 13.290 metros de extensão.
Na melhor das hipóteses, leva-se cerca de 10 minutos para atravessá-la, e, em horários de tráfego intenso, pode-se levar até 30 minutos para cumprir todo o trajeto, mas isso não parece preocupar a bandidagem carioca!
Tempo mais do que suficiente para que um aparato de segurança eficaz bloqueie as saídas da ponte!
Como a ponte Rio-Niterói é parte de uma rodovia federal, seu policiamento é responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal e, nas suas duas terminações deve, ou ao menos deveria haver, policiamento ostensivo estadual a cargo da Polícia Militar carioca.
O fato é que bandos de criminosos armados conseguem atravessar os mais de 13 quilômetros da ponte Rio-Niterói com a certeza de que não serão incomodados.
Se alguém contar essa história para um policial norte-americano ou europeu, provavelmente, ele não irá acreditar!
Nós, brasileiros, que tanto gostamos de contar “piadas de português”, não nos damos conta de que as “piadas de brasileiros” são muito mais engraçadas!
São engraçadas quando não envolvem tragédias de cidadãos de bem trucidados pelos criminosos que agem com inusitada desenvoltura em qualquer lugar e em qualquer horário do cotidiano do Rio de Janeiro.
Freqüentemente equipes da Polícia Rodoviária Federal instalam, em vários locais, ao longo do percurso da ponte Rio-Niterói, radares móveis para flagrar motoristas que ultrapassam os limites de velocidade.
É louvável a preocupação e deve ser boa a arrecadação pecuniária!
Seria muito bom também se a mesma eficiência acontecesse para impedir que bandos de criminosos armados transitassem tranqüilamente pela ponte Rio-Niterói!
Seria muito bom também se a PRF e a PM se comunicassem e agissem de forma integrada!
Do jeito que está. Não pode ficar!
Tem alguma coisa muito errada acontecendo, ou deixando de acontecer!
Assim fica difícil!"
ANTONIO RAYOL é Delegado de Polícia Federal de Classe Especial

9 comentários:

Anônimo disse...

NA REVISTA VEJA DESTA SEMANA:

" Garotinho: desta vez, "quadrilha armada"

Por Ronaldo Soares

Há muito tempo se sabe que a polícia fluminense é contaminada pela corrupção e pelo envolvimento com bicheiros e traficantes de drogas. Também era notória sua ineficiência. Com 51 homicídios para cada 100 000 habitantes, o Rio é o segundo estado mais violento do país. Mesmo assim, a operação da Polícia Federal, chamada Segurança Pública S.A., que prendeu sete policiais na semana passada, causou surpresa. Dela resultou o indiciamento do ex-governador Anthony Garotinho por formação de quadrilha armada. Nunca antes um político tão proeminente havia sido acusado de crime tão grave. Garotinho, que já foi candidato à Presidência da República e atualmente preside o PMDB no estado, representa o que há de pior na política: populismo, fisiologismo e nepotismo, entre outras mazelas. Ao seu currículo, soma-se agora a suspeita de ter usado seu período no Palácio Guanabara (e também o de sua mulher, Rosinha) para acobertar as ações de um grupo de policiais que, encastelados na chefia da Polícia Civil, barbarizou o Rio de Janeiro cometendo ilícitos variados. A lista inclui facilitação de contrabando, formação de quadrilha, proteção a contraventores, cobrança para nomeação de delegados, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. "

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo

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A bandidagem tem trânsito livre na Ponte Rio-Niterói, em todo o município do Rio de Janeiro, em todos os municípios do Estado do Rio de Janeiro, em todo o Brasil.

Como é que a bandidagem consegue o 'privilégio' de contar com a minimização de riscos em seu favor? Graças ao Estado quase totalmente cego, surdo e mudo, por causa de tantas bordoadas que leva dos governos (federal, estaduais e municipais)?

É verdade que os governos estão em adiantado estado de putrefação por causa de políticos, autoridades e funcionários corruptos?

É verdade que o povo brasileiro aceita todo esse caos e tudo numa boa?

Nós somos esse povo a que tanto nos referimos?

Para bons entendedores meia palavra basta...

Calemos o bico!

Anônimo disse...

Do Site do Estadão, 31/05/2008:

" Quase metade da Assembléia do Rio responde por crimes

Formação de quadrilha e homicídio estão entre as acusações feitas aos deputados que mandaram soltar Lins "

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Qual a situação na Câmara de Deputados, no Senado, nas demais Assembléias Legislativas, nas Câmaras de Vereadores de todos os municípios do Brasil? Idem, para ocupantes de cargos do Poder Executivo? Quantos têm a “ficha verdadeiramente limpa”? Quantos têm “sorte” e por isso ainda não foram pegos com a boca na botija?

Anônimo disse...

*

Obrigado, Senhor, por mais um dia de vida.
Rogamos por mais um amanhã,
Despertos e sempre alertas
Em defesa de nossas famílias e amigos.
Mais um dia de luta pela sobrevivência

Em meio ao degradante caos nacional.

Políticos corruptos riem de nós,
Roubam até a nossa esperança.
Os criminosos riem de nós,
Gracejam do nosso sofrimento,
Repetem: Eta povo otário!
E até movimentos
Sem teto e sem terra
Sugando os cofres públicos, o nosso suor.
Ongueiros e seus "padrinhos": enriquecendo.

Onde estão os Três Poderes?
Nos Gabinetes de prédios luxuosos e protegidos?
Dirigindo seus negócios particulares?
E jogaram no esgoto a “ORDEM E PROGRESSO”?

Anônimo disse...

*

Obrigado, Senhor, por mais um dia de vida.
Rogamos por mais um amanhã,
Despertos e sempre alertas
Em defesa de nossas famílias e amigos.
Mais um dia de luta pela sobrevivência

Em meio ao degradante caos nacional.

Políticos corruptos riem de nós,
Roubam até a nossa esperança.
Os criminosos riem de nós,
Gracejam do nosso sofrimento,
Repetem: Eita povo otário!
E até movimentos
Sem teto e sem terra
Sugando os cofres públicos, o nosso suor.
Ongueiros e seus "padrinhos": enriquecendo.

Onde estão os Três Poderes?
Nos Gabinetes de prédios luxuosos e protegidos?
Dirigindo seus negócios particulares?
E jogaram no esgoto a “ORDEM E PROGRESSO”?

Anônimo disse...

Do Site G1:

"Jornalistas que investigavam milícias viram reféns em favela

Repórteres de jornal impresso foram mantidos em cárcere privado.
Segundo denúncia, torturadores disseram que eram policiais.
Do G1, no Rio, com informações do RJTV entre em contato

Repórteres do jornal impresso “O Dia” foram mantidos em cárcere privado e torturados numa favela da Zona Oeste do Rio. A denuncia é manchete da edição de domingo, que chegou neste sábado (31) à tarde às bancas. De acordo com o relato publicado, os torturadores disseram que eram policiais.

Uma repórter, um fotógrafo e um motorista foram seqüestrados e mantidos em cárcere privado. Segundo o jornal, a equipe fazia uma reportagem na favela do Batan, em Realengo, Zona Oeste do Rio, sobre a ação das milícias, que são grupos paramilitares que dão suposta proteção aos moradores em troca de dinheiro e do domínio da região."

Anônimo disse...

O pior de tudo é que para nós, os cidadãos comuns fica a impressão de que polícia, governo, oposição e bandido: é cocô do mesmo penico.

Anônimo disse...

(Aviso: O que segue abaixo é uma piadinha inocente. Não levem a sério. hehehe!...)



Brasil, um país injusto: onde se viu a "rivalidade política" inventar fatos e acusar inocentes senadores, deputados, governadores, prefeitos, ministros? E o pior, até conseguindo levá-los às barras dos tribunais? Felizmente, esses inocentes conseguem provar que não têm culpa e não chegam a perder seus direitos políticos, nem a liberdade de ir e vir! ... hehehe!

Se a injustiça já é praticada até "lá em cima", em Brasília, imaginem as injustiças que infernizam os milhões de miseráveis, aqui no "piso" sem asfalto, sem esgotos e sem condições dignas de sobrevivência?! ... hehehe!

Enquanto não respeitarmos a inocência e a integridade moral dos nossos principais legisladores, "justiceiros formados e juramentados" e demais governantes, não teremos o fim das injustiças que assolam o nosso país, que roubam as verbas que garantiriam justiça e condições dignas de vida para todo o povo... hehehe!... Temos que atacar as injustiças no topo da pirâmide, para conseguir que justiça seja praticada até mesmo na base!... hehehe!...

Nas próximas eleições, cumpramos o nosso dever: vamos votar nos candidatos perseguidos e injustiçados pela "rivalidade política"!

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05/06/2008 | 00:00

"No Senado, 21 estão no banco dos réus

Dos 81 senadores, 21 são processados na Justiça Federal acusados de crimes contra a administração pública, peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e corrupção ativa. Esta coluna conversou com a maioria dos processados, e todos negam as acusações, atribuindo-as à “rivalidade política”. Todos os acusados continuam trabalhando normalmente e até participam de Comissões Parlamentares de Inquérito."


fonte. www.claudiohumberto.com.br

Anônimo disse...

Se bem lembro, o P de PF se refere a polícia...portanto o nobre delegado também poderia dirigir-se à ponte, já que é tão "capacitado", e dar uma mãozinha aos policiais que ali labutam...ah esqueci...cumprir mandado em casa de falsificador dá menos trabalho...e mais destaque na imprensa...

Anônimo disse...

A polícia do Rio agora tenta culpar as vítimas: difunde a mentira de que os jornalistas torturados por milicianos, na favela do Batan, apenas “tomaram uma dura” por estarem consumindo drogas.