Velhinha de Taubaté (1915-2005).
Morreu no último dia 19, aos 90 anos de idade, de causa ignorada, a paulista conhecida como “a Velhinha de Taubaté”, que se tornou uma celebridade nacional há alguns anos por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo.
O fenômeno, que veio a público durante o governo Figueiredo, o último do ciclo dos generais, levou multidões a Taubaté e transformou a Velhinha numa das maiores atrações turísticas do estado.
Além de estandes de tiro ao alvo e de venda de estatuetas da Velhinha e de uma roda-gigante, ergueram-se tendas para vender caldo de cana e pamonha em volta da pequena casa de madeira onde a Velhinha morava sozinha com seu gato, e não era raro a própria Velhinha sair de casa e oferecer seus bolinhos de polvilho a curiosos que chegavam em ônibus de excursão para serem fotografados com ela e pedirem seu autógrafo.
A Velhinha sempre acompanhou a política e acreditou em todos os governos desde o de Getúlio Vargas, inclusive em todos os colaboradores dos governos militares, “até”, como costumavam dizer muitos na época, com espanto, “no Delfim Netto!”
O presidente Sarney telefonava freqüentemente para Taubaté para saber se a Velhinha, pelo menos, ainda acreditava nele, e Collor foi visitá-la mais de uma vez para pedir que ela não o deixasse só.
As circunstâncias da morte da Velhinha de Taubaté ainda não estão esclarecidas.
Sua sobrinha Suzette, que tem uma agência de acompanhantes de congressistas em Brasília embora a Velhinha acreditasse que ela fazia trabalho social com religiosas, informou que a Velhinha já tivera um pequeno acidente vascular ao saber da compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique Cardoso, em quem ela acreditava muito, mas ficara satisfeita com as explicações e se recuperara.
Segundo Suzette, ela estava acompanhando as CPIs, comentara a sinceridade e o espírito público de todos os componentes das comissões, nenhum dos quais estava fazendo política, e de todos os depoentes, e acreditava que como todos estavam dizendo a verdade a crise acabaria logo, mas ultimamente começara a dar sinais de desânimo e, para grande surpresa da sobrinha, descrença.
A Velhinha acreditara em Lula desde o começo e até rebatizara o seu gato, que agora se chamava Zé.
Acreditava principalmente no Palocci.
Ela morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório.
Pode ter sido suicídio.
O ambiente no parque de diversão em torno da casa da Velhinha de Taubaté é de grande consternação.
3 comentários:
Hã? Que estória esquisita. Ou será que eu não entendi as entrelinhas? Bem, considerando que o brasileiro está desgostoso mesmo, nada mais me espanta!
Lamento profundamente a morte dela. Pelo que soube era uma pessoa digna e respeitável. Vão com ela as esperanças que nosso bravos políticos ainda tinham de ser acreditados como pessoas do bem. Eles agora vão completar o panteão das lendas juntamente com o saci, a mula-sem-cabeça, o papai noel e o coelhinho da páscoa, que por alguma razão obscura coloca ovos e os distribui.
Tadinha , na frente da Tv ,rs .
Tem muito politico com taquicardia ,dependendo do depoente da CPI .
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