sábado, 4 de agosto de 2007

Filme repetido!

A festa do reveillon de 1988/1989 foi marcada por uma tragédia!
O Bateau Mouche naufragou nas águas do Rio de Janeiro pouco antes da meia noite matando 55 pessoas.
Para quem não se lembra bem, o Bateau Mouche era um barco de turismo que realizava passeios durante todo o ano e na noite de reveillon tinha uma programação especial muito disputada.
O barco saía lotado da Marina da Glória por volta das 18:00 horas e seguia até o mar em frente à praia de Copacabana onde ficava fundeado em posição estratégica para assistir à queima de fogos.
Era servida uma ceia a bordo e o passeio acabava quase ao amanhecer.
A investigação realizada após a tragédia de 1988 descobriu que o barco havia sofrido uma reforma que comprometeu sua estabilidade e que ele não deveria ter sido licenciadoberado para navegação.
Também surgiu a informação de que o barco estava com excesso de passageiros, circunstância que deveria ter sido detectada pelas autoridades de fiscalização marítima, o que não aconteceu.
Um barco com erro de projeto, com excesso de passageiros e uma noite de mau tempo e mar revolto.
Todos os ingredientes para uma tragédia, como sempre temperada com doses de negligência, omissão, incompetência e corrupção, enfim, o velho roteiro de um filme muito repetido entre nós até os dias de hoje.
O sofrimento das famílias das vítimas porém, ainda teria desdobramentos.
Os parentes das vítimas se queixaram que não receberam pertences de seus entes queridos como jóias e relógios por exemplo.
É preciso lembrar que era uma festa de reveillon, quando as pessoas costumam usar suas melhores roupas e jóias, já que há a crença de que o uso de ouro na virada do ano significa promessa de boa sorte!
Os órgãos públicos encarregados do resgate dos corpos jamais conseguiram dar uma explicação convincente para o desaparecimento dos valores das vítimas do Bateau Mouche!
Como não se conhece nenhum peixe ou outra criatura marinha que tenha o hábito de comer jóias e relógios o provável é que alguém saqueou os corpos das vítimas.
Agora, passados quase 20 anos, surge denúncia semelhante!
Parentes de vítimas do acidente do avião da GOL (que caiu na selva amazônica em setembro de 2006), revelam que não receberam valores e documentos das vítimas, cabendo lembrar que no citado acidente, não houve incêndio.
Familiares de vítimas têm sido surpreendidos com ações de cobrança de dívidas envolvendo transações comerciais e financeiras em nome de vítimas, realizadas após a tragédia!
Ou seja, alguém usou documentos de vítimas para obter vantagens financeiras em operações fraudulentas.
Fontes ligadas aos órgãos encarregados da operação de resgate dos corpos da tragédia do avião da GOL se apressaram em afirmar que quando os militares chegaram ao local dos destroços constataram a presença de “curiosos”.
No caso, a tal presença dos “curiosos” é uma teoria conveniente parecida com aqueles casos de prisão de criminosos logo após o assalto ao banco:
Um dos bandidos sempre conseguia fugir, justamente o bandido que carregava o malote de dinheiro!
Caminhões que capotam na avenida Brasil costumam ter sua carga saqueada por curiosos, mas é difícil acreditar numa cena como essa em plena selva amazônica.
É difícil imaginar algo mais hediondo do que saquear os pertences de um morto!
É como matar alguém pela segunda vez!
Será que um dia alguém saberá de verdade o que ocorreu?
Alguém será punido?

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