domingo, 30 de setembro de 2007

Estupro de criança dentro de presídio?

Encontro com um amigo na rua e ele me cobra pelo silêncio do VOX LIBRE!
Diante de tantos acontecimentos o VOX LIBRE anda meio calado!
É verdade!
O problema é que o editor deste blog está na reta final de um curso de doutorado e o prazo está se acabando inexoravelmente, daí que preciso sair do ar de vez em quando.
Voltei aqui porque recebi uma mensagem de um jornalista de Goiânia, o JOSÉ MARIA E SILVA que andou lendo por aqui um post passado onde o VOX LIBRE criticou a permissividade que impera nos presídios brasileiros.
Por esse motivo o JOSÉ MARIA me enviou uma matéria da lavra dele publicada no jornal OPÇÃO de Goiânia sobre um caso estarrecedor: um estupro de uma menina ocorrido dentro de um presídio.
Não temos outra alternativa senão reproduzir a seguir a matéria do JOSÉ MARIA:
"CRIANÇA ESTUPRADA EM PRESÍDIO
ESTATUTO DA CRIANÇA
O estupro moral da infância brasileira
Uma menina de 12 anos, estuprada dentro do presídio de Anápolis, vira culpada pelo crime — o Estatuto da Criança e do Adolescente, que deveria protegê-la, só é usado na defesa de menores facínoras

JOSÉ MARIA E SILVA

As crianças brasileiras — sobretudo as meninas — estão sendo vítimas de um verdadeiro genocídio moral e até físico. Graças ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege sistematicamente o menor infrator em prejuízo da criança inocente. É o que demonstra um fato ocorrido recentemente no Estado — o estupro de uma menina de apenas 12 anos dentro do Presídio de Anápolis. Até o Ministério Público — defensor abnegado dos menores infratores, inclusive daqueles que cometem crimes hediondos — não deu a menor importância para o caso. Entretanto, em qualquer país civilizado, o estupro de uma criança praticado dentro de um presídio geraria comoção nacional. Sobretudo porque o estuprador da criança foi solto logo depois de ter praticado o crime, numa prova cabal de que o Brasil se tornou uma República de Bandidos em que as leis funcionam em benefício dos criminosos.

O crime ocorreu em 25 de fevereiro último, um domingo, dia de visita no presídio. Em 2 de março, ele se tornou notícia no jornal O Popular. Apesar da chamada de capa, a matéria não se aprofundou sobre o caso, chegando a inverter os nomes do estuprador e do pai da vítima, além de não informar em que dia ocorrera o estupro. E, ao contrário do que sempre ocorre nas reportagens em que os menores infratores são vítimas de violência, nenhum promotor apareceu na matéria do jornal prometendo investigar o caso. A pequena matéria informava que “a garota deve ter entrado no presídio acompanhada apenas pela irmã de 14 anos” e evidenciava a suspeita de que o próprio pai da menina estuprada era cúmplice do crime, tendo vendido a filha para seu colega de prisão. Finalizava dizendo que os acusados prestaram depoimento na Delegacia da Mulher, em Anápolis, e que caberia “à Justiça acrescer ou não a pena de ambos”.

Em qualquer país civilizado, o que se espera do Estado quando um criminoso, já preso, comete outro crime dentro do presídio? Ora, que ele perca o direito a qualquer benefício, como a passagem para o regime semi-aberto, e ainda tenha a sua pena aumentada. Mas, no Brasil, ocorre o contrário — uma vez preso, o criminoso se torna coitadinho e passa a ter o direito de fazer o que bem entende. Um exemplo é Fernandinho Beira-Mar, que trucidou seus desafetos numa rebelião, diante de uma polícia inerme e, mesmo assim, não perdeu nenhuma de suas regalias, tanto que já assumiu o comando do presídio de “segurança máxima” de Catanduvas, no interior do Paraná. No caso do crime cometido no presídio de Anápolis, a provável desculpa para as autoridades não darem a devida importância ao caso é o fato de se tratar de um estupro presumido. Ou seja, a menina não manteve relação sexual com o preso à força e o fato só se caracteriza como crime, porque o Código Penal, no artigo 224, que trata dos crimes sexuais, presume que houve violência quando a vítima não é maior de 14 anos.

Feira livre — Segundo apurou a direção do presídio, através do depoimento dos acusados e dos demais presos, o estupro aconteceu no horário de visitas. E, como se sabe, visita em presídio brasileiro é feira livre. No presídio de Anápolis, por exemplo, o preso tem o direito de ser visitado por seis pessoas de uma vez. Alguém conhece um hospital público tão generoso em franquear suas portas aos familiares dos pacientes? Para facilitar as revistas, os visitantes só podem entrar no presídio entre 9 e 11 horas e só podem sair entre 15 e 17 horas. Depois de revistadas na entrada, as visitas passam a fazer parte do círculo de convivência de seus parentes ou amigos que estão presos, longe dos olhos das autoridades. Em tese, o Estado está promovendo a reintegração do preso à sociedade, quando, a rigor, está é acabando de desintegrar sua família, obrigada a conviver com o ambiente vicioso da penitenciária. Ou alguém imagina que a mulher de um criminoso pode deixar de visitá-lo na cadeia (uma vez que há horário de visitas) sem pagar um alto preço por isso quando ele for solto? E o que é mais grave: até as crianças, a pretexto de contribuir com a recuperação do parente criminoso, podem entrar nesse ambiente moralmente insalubre das penitenciárias.

Foi o que ocorreu com as meninas L., 12 anos, e N., 14 anos, filhas do presidiário Antônio Camilo dos Santos, 45 anos. (As letras são parte dos nomes das meninas, que têm a mesma inicial.) Por se tratarem de menores de idade, elas precisavam de autorização dos pais ou responsável para entrar no presídio. Seria de se esperar que a autorização só pudesse ser dada pela mãe delas, Maria Divina Abreu, uma vez que o pai estava preso, mas, segundo um funcionário do presídio, ela não iria autorizar nunca. Por uma razão óbvia: Camilo foi preso em flagrante no dia 7 de dezembro de 2006 exatamente por agredir sua mulher. E não foi a primeira agressão: oito meses antes, em 26 de abril de 2006, Maria Divina já tinha registrado ocorrência contra Camilo no 1º Juizado Especial Criminal de Anápolis, depois de ser espancada por ele. Apesar desse histórico criminal contra sua própria família, a direção do presídio aceitou que, em 5 de janeiro de 2007, Camilo advogasse em causa própria e assinasse — unilateralmente, sem a anuência da mulher — a autorização para que suas filhas menores o visitassem na prisão. “Só porque é preso, ele não deixa de ser pai”, disse um funcionário do presídio, resumindo a mentalidade espúria que impera no sistema prisional brasileiro.

Criança a prestação — No dia 25 de fevereiro último, um domingo, por volta das 10 horas da manhã, as meninas L. e N. entraram no Presídio de Anápolis para visitar o pai, Antônio Camilo dos Santos. Cerca de uma hora e meia depois, Camilo e suas duas filhas se encontraram com o preso Jovian Lima Souza, 26 anos, na cela 11, do pavilhão A. Jovian havia alugado essa cela de outro preso, segundo suas próprias palavras, para tê-la à sua disposição durante todo o horário de visita. Os três ficaram conversando na cela até que Camilo saiu com a filha de 14 anos, deixando a menina de 12 com o preso Jovian. Em seu depoimento à direção do presídio, Jovian contou que ele e a menina ficaram trocando carícias e que, pouco depois, o pai e a irmã da menina voltaram para a cela. Em seguida, eles passaram para a cela 13, para assistir televisão. Por volta do meio-dia e meia, Jovian comprou um refrigerante e serviu almoço para Camilo e suas duas filhas. Depois do almoço, Camilo saiu da cela com a filha de 14 anos, deixando a menina de 12 anos sozinha com Jovian. O presidiário foi com a menina para a cela 11 (a cela que ele havia alugado), ligou um aparelho de som, provavelmente para abafar os ruídos, e, por trás de uma cortina improvisada, manteve relações sexuais com ela. Sem preservativo — como ele próprio declarou no depoimento. Mas, cinicamente, o presidiário deu à menina uma touca de crochê e 22 reais para que ela comprasse a pílula do dia seguinte.

Em seu depoimento à direção do presídio, Antônio Camilo dos Santos disse que, mesmo sabendo que Jovian Lima de Souza manteve relações sexuais com sua filha de 12 anos, não quis “tirar satisfação” com ele. Na verdade, Camilo agiu como cafetão de sua própria filha — com a cumplicidade abjeta do sistema prisional brasileiro, do qual o Presídio de Anápolis é apenas uma pequena amostra. Numa prova de que os presos mais jovens, no auge de sua força, é que influenciam os mais velhos (e não o contrário, como pensa o Estatuto da Criança e do Adolescente), Jovian comprou a filha de Camilo a prestação, depois de ter sido apresentado a ela pelo próprio Camilo. Além de pagar a passagem de ônibus da menina até a penitenciária, Jovian comprou um pacote de fumo para o pai dela. Em seu depoimento à direção do presídio, Jovian declarou que Camilo queria que ele ficasse não com sua filha de 12 anos, mas com sua filha mais velha. Segundo ele, essa outra filha (que tem 17 anos e um filho), não pôde ir ao presídio; então, ele acabou fazendo sexo com a criança.

Motel-presídio — Todavia, essa declaração de Jovian não parece verdadeira. Em seu depoimento à direção do presídio, chama a atenção a seguinte frase: “O declarante afirma que já havia conversado com a menina por telefone em dias anteriores”. O que essa frase confessa em sua aparente inocência é que o Presídio de Anápolis — assim como todas as demais prisões brasileiras, sem nenhuma exceção — não é, de fato, um presídio, mas um valhacouto de bandidos em férias. Como pode um assaltante como Jovian dispor de telefone público dentro de um presídio, financiado pelo contribuinte, para que ele, através desse telefone, agencie a criança que pretende estuprar, ainda por cima dentro da cela que alugou exatamente para esse fim? E o fato de um preso declarar isso, espontaneamente, às autoridades mostra o quanto a impunidade se tornou norma no Brasil. Se soubessem que seu ato resultaria em agravamento da pena, Jovian e Camilo não confessariam o que fizeram com tanta tranqüilidade. No depoimento de Jovian, por exemplo, nem a linguagem cartorial do presídio consegue esconder o tom fanfarrão com que ele relata seu feito. Se alguns outros presos não se revoltassem com o crime, a direção do presídio jamais tomaria conhecimento dele, tal é o nível de anarquia que se instaurou nas cadeias brasileiras, transformadas em educandários pela perniciosa filosofia dos direitos humanos. Os presos, na verdade, se autogovernam. Não por culpa dos diretores de presídio, mas da própria legislação penal, que não os vê como bandidos a serem punidos, mas como vítimas da sociedade, a serem reeducadas.

Prova disso é que nada aconteceu com os criminosos que abusaram da menina, moral e fisicamente. O estupro foi registrado na Delegacia da Mulher de Anápolis, onde os acusados, Jovian e Camilo, foram levados para prestar depoimento, dois dias depois da ocorrência. Também neste dia, 27 de fevereiro, uma terça-feira, o capitão Samuel Arthur, diretor do Presídio de Anápolis, enviou ofício à juíza Edna Maria Ramos da Hora, da 3ª Vara Criminal de Anápolis, comunicando o fato. O ofício foi protocolado na vara criminal às 16 horas do dia 28 de fevereiro de 2007. A despeito de ter colaborado para que sua própria filha de 12 anos fosse estuprada dentro do presídio, Antônio Camilo dos Santos foi posto em liberdade pela juíza no dia 1º de março, menos de uma semana depois do crime. Camilo só não está nas ruas porque — autor de três homicídios — responde a um processo na Comarca de Nerópolis, por ter matado seu próprio cunhado, Sebastião Moreira de Abreu, em 1984. Então, ao invés de ser solto, acabou sendo transferido para o presídio daquela cidade, por determinação do juiz Pedro Silva Correa.

Jovian Lima de Souza, o estuprador, também está livre. A juíza Edna Maria Ramos Hora, aceitou as alegações de seu advogado e, entendendo que ele não oferece perigo à sociedade, determinou sua soltura em 30 de março, pouco mais de um mês após o estupro que ele cometeu dentro do presídio. Jovian estava preso por porte ilegal de arma, mas sua ficha criminal revela muito mais do que isso. Ele havia sido preso em 18 de maio de 2006, como integrante de uma quadrilha de assaltantes de residência, liderada por Luiz Carlos de Carvalho Siqueira.

Em poder de Siqueira, a polícia encontrou armas, farta munição, 4 mil reais em dinheiro e telefones celulares. O chefe da quadrilha denunciou seus comparsas, entre eles, Jovian, com quem a polícia encontrou três celulares, várias jóias, 83 cartões telefônicos, um decodificador de portão eletrônico e três cartões eletrônicos. O fato de ter mantido relações sexuais com uma criança dentro do presídio nada acrescentou à pena de Jovian. Com as bênçãos de uma legislação imoral, para não dizer criminosa, foi facultado ao homicida Antônio Camilo dos Santos retirar a queixa contra o estuprador de sua filha. Diante de uma impunidade tão ignominiosa, outros presos podem entender que o Centro de Reinserção Social de Anápolis deixou de ser uma penitenciária para se tornar um motel-presídio — onde se estupram crianças com a autorização das leis.

Pedofilia legal — O Estatuto da Criança e do Adolescente vem sendo usado — sistematicamente — como instrumento de proteção de facínoras, em detrimento das verdadeiras crianças e adolescentes. Hoje, se uma menina menor de 14 anos mantém relação sexual com um adulto, muitos juízes — começando pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, que é contra a redução da maioridade penal — entendem que ela não foi vítima de estupro, mas protagonista de sedução. Cada vez mais, a jurisprudência entende que uma menina menor de 14 anos, devido à liberalização dos costumes, já tem consciência de seus atos quando se deita com um homem.

Ora, se uma criança de 12 anos, quando faz sexo, passa a ser tratada como mulher, como ocorreu com a menina de Anápolis, por que um jovem de 17 anos, quando mata, passa a ser tratado como criança, como ocorre com Champinha? No caso do estupro no presídio de Anápolis, a impressão que fica é que as autoridades deram de ombro, como se corroborassem a alegação do assaltante Jovian: “Ela já ficou com outros homens”. Mas ao tratar essa criança como prostituta, as autoridades a condenam, inevitavelmente, a se tornar criminosa. Forjada a ser garota de programa de presos pelo Estatuto que a abandonou, logo essa criança será usada por eles como cúmplice de seus crimes.

Enquanto isso, o Estado brasileiro se desvela em proteger o monstro Champinha. Em São Paulo, o promotor Wilson Tafner e o juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, respectivamente da Promotoria e da Vara de Infância e Juventude, obrigaram o Estado a transferir Champinha para um palacete que custou 2,5 milhões de reais e ainda não foi inaugurado, mesmo Champinha já tendo completado 20 anos. A Justiça determinou que funcionários fossem escalados para atendê-lo com exclusividade (uma vez que está sozinho no estabelecimento) e, a cada 20 dias, uma equipe de psiquiatras e psicólogos da USP irá examiná-lo para elaborar relatórios sobre sua saúde mental. Mas esse verdadeiro acinte contra as pessoas de bem não começou agora. Antes de fugir da antiga unidade da Febem, Champinha já era atendido por uma equipe multidisciplinar de especialistas, fazendo rotineiramente exames caríssimos, como ressonância magnética, e até mesmo tendo aulas particulares com professores da rede pública de ensino, mandados à unidade só para servi-lo. Já a menina estuprada no presídio de Anápolis, quando muito vai ganhar um preservativo do Ministério da Saúde, para iniciar sua carreira de prostituta infantil — oficializada pelo Estado ao não punir seus algozes.

Autores intelectuais— Esse caso do presídio de Anápolis é mais uma prova de que a mentalidade que forjou o hediondo Estatuto da Criança e do Adolescente é responsável pela anomia em que vive a sociedade brasileira. Em 2003, a deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande Sul, conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2.654/03 — redigido pelos doutores do Laboratório da Criança da USP — que pretendia abolir a palmada em todos os lares brasileiros. Os doutores universitários que querem transformar em criminosa a mãe que dá uma simples palmada no filho são os mesmos que defendem a entrada de crianças nas penitenciárias sob o pretexto de que isso ajuda na recuperação dos presos. Só o fato de um presídio facultar seis visitas para um preso, de uma só vez, como faz o Presídio de Anápolis, já é uma imoralidade, que compromete irremediavelmente a segurança do estabelecimento. Agora, permitir a entrada de crianças num presídio beira a demência.

Mas os cientistas sociais brasileiros, formados nas universidades, não pensam dessa forma. Verdadeiros ideólogos do crime, eles só pensam no bem-estar do preso, jamais em sua família e na sociedade, daí a transformação dos presídios em motéis. Na dissertação Crianças Pré-escolares e Prisão Paterna, defendida neste ano no mestrado em psicologia da PUC de Campinas, Márcia Valéria Reis Beckman entrevistou familiares de presos, em São Paulo, e faz a seguinte constatação: “Os familiares percebem o presídio como um lugar ruim, como um ambiente de pessoas más, impuras e criminosas e, por este motivo, não seja (sic) um ambiente para uma criança, um ser puro e ingênuo”.

A evidente ironia com que a psicóloga se refere à visão dos familiares de presos sobre a maldade dos presídios e a inocência das crianças torna-se condenação explícita logo a seguir: “Muito embora não haja muito debate sobre os prós e contras das visitas de crianças aos pais encarcerados, tais visitas podem ser vistas como atividades positivas e de grande apoio, pois elas ajudam o pai preso, a família, a instituição prisional e, em último caso, a sociedade como um todo, pois as visitas amortecem as tensões pessoais e facilitam a gestão do espaço prisional”. Com seu ar de superioridade diante dos familiares dos presos, a psicóloga Márcia Beckman nem se dá conta de que sua dissertação é uma anomalia moral. O que ela propõe — com a concordância da grande maioria dos intelectuais universitários — é que as crianças que tiveram a má sorte de serem filhas de criminosos arquem com uma responsabilidade adicional — a de contribuir com as autoridades para aliviar as tensões nos presídios.

E ela não muda de idéia nem diante do depoimento verdadeiramente trágico de algumas mães. É o caso de Patrícia, 23 anos, mãe de um menino de 4 anos, cujo pai está preso por tráfico de drogas. Diz ela: “Lá não é ambiente para criança. A revista é muito invasiva e as mulheres dos presos ficam fazendo piadinhas com os guardas e fazendo posições que não acho bom o meu filho ver”. Outra mãe, Aline, 39 anos, explica, com mais clareza, o que seu filho de 3 anos tem de passar quando vai visitar o pai, preso também por tráfico de drogas: “Eu passo pela revista e meu filho está junto comigo. É mais ou menos uma sala que nem aqui. Entram cinco, seis mulheres. Ele entra junto comigo e fica do meu lado. Você sabe que tem de arrancar toda a roupa, né? Agacha três vezes, fica na frente das agentes. E a criança vê tudo isso”.

Que país é este que submete uma criança de 3 anos a ver sua mãe completamente nua, no meio de um rebanho de mulheres também nuas, todas elas se agachando três vezes, com as vaginas escancaradas, enquanto algumas delas, já marcadas por esse ambiente sórdido, dizem palavrões para os guardas? Onde estão promotores e juízes que só se preocupam em garantir hotel cinco-estrelas para Champinha e outros facínoras do gênero, deixando que essas infelizes crianças sucumbam como vítimas indefesas de um verdadeiro genocídio moral? Por isso o estupro da menina de 12 anos no Presídio de Anápolis não foi levado a sério pelas autoridades. É que o Estatuto da Criança e do Adolescente é, em si mesmo, um estupro moral da infância brasileira.

Jornal Opção, Goiânia, 6 de maio de 2007"

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O fim do VOTO SECRETO e os 11 mentirosos!

Ouvia ontem a transmissão obrigatória do programa de rádio HORA DO BRASIL, quando um parlamentar, cujo nome não me lembro, e isso é absolutamente irrelevante, defendia o fim do VOTO SECRETO no Congresso Nacional!

Dizia o tal parlamentar, que o VOTO SECRETO foi responsável pela absolvição dos MENSALEIROS, dos SANGUESSUGAS e do presidente do Senado!

Disse mais o tal parlamentar, que o VOTO SECRETO foi responsável pela desmoralização dos parlamentares do Congresso Nacional!

Fiquei com a impressão de que o VOTO SECRETO é uma "entidade", um ser meio místico, sobrenatural, que assola e persegue os políticos!

O VOTO SECRETO é uma representação do MAL que assola os políticos e que tem vontade própria, uma autêntica encarnação do demônio!

A questão básica é que nada disso é verdade!

O VOTO SECRETO não desmoralizou o Congresso Nacional, quem desmoralizou o Congresso Nacional foram os maus políticos que se aproveitaram do VOTO SECRETO para se esconder e votar contra a vontade dos seus eleitores!

Na recente votação pela cassação do mandato do presidente do Senado, 46 senadores declararam a órgãos de imprensa que votaram a favor da cassação do mandato, quando na verdade foram apenas 35 os votos a favor da cassação.

Há no mínimo 11 mentirosos nessa história e o VOX LIBRE acha que, infelizmente, é bem maior que 11 o número de mentirosos no Congresso Nacional!

O VOTO SECRETO não seria nenhum problema se nossos parlamentares votassem de acordo com a vontade de seus eleitores e não precisassem do anonimato para esconder propósitos inconfessáveis!

O fim do VOTO SECRETO será uma medida salutar em um contexto em que nossos políticos não são confiáveis e precisam ser vigiados o tempo todo!

É uma pena que tenha que ser assim!

O pior mesmo é constatar que elegemos gente que precisa de vigilância constante!

Não devia ser assim!
Talvez um dia, no futuro, quem sabe??? não seja mais assim!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Casas "blindadas" contra as "balas perdidas"!

SERGIO PORTO era um jornalista genial!
Sob o pseudônimo de STANISLAW PONTE PRETA escreveu crônicas e contos onde analisava como ninguém a alma brasileira, se é que isso existe!
Criou conceitos e expressões que simbolizavam muito bem algumas coisas que só acontecem no Brasil.
Uma das criações do STANISLAW mais conhecida é o FEBEAPÁ, Festival de Besteiras que Assola o País, coisa que dispensa maiores explicações, e servia, como ainda serve cada vez mais, para designar a inesgotável capacidade que algumas celebridades e personagens políticas têm de falar bobagens!
O FEBEAPÁ costuma se intensificar em períodos eleitorais e no Brasil, como temos eleições de 2 em 2 anos, o FEBEAPÁ não acaba nunca.
Em 2008 teremos eleições municipais e os futuros candidatos a prefeitos e vereadores já se empenham de forma acelerada na produção de bobagens das mais criativas.
Um pré-candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro anuncia, com pompa e circunstância, a sua intenção de "blindar" casas da favela do morro da Providência (no centro do Rio de Janeiro), contra "balas perdidas".
A "blindagem" seria feita com um revestimento preparado com argamassa especial que impediria a penetração de "balas perdidas".
Muito legal!!!
Há muitos milhares de anos atrás, quando nossos antepassados resolveram não viver mais em cavernas e construir suas próprias moradias, algum iluminado da época teve a idéia de colocar telhados sobre as casas, ou coisa equivalente.
A genial idéia servia para impedir que a chuva molhasse o interior das moradias, e como a chuva era um inevitável fenômeno da natureza, a idéia dos telhados permanece válida até os dias de hoje.
Para o tal pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro as "balas perdidas" adquirem também o status de inevitável fenômeno da natureza!
Se o morador da casa "blindada" for baleado quando for para o trabalho, por exemplo, ele apenas foi vítima de um acontecimento inevitável.
Como os responsáveis pela administração pública são impotentes para acabar com o problema das "balas perdidas" então resolvem "blindar" as casas, mas só de alguns felizardos do morro da Providência, tudo pago, é claro, com o dinheiro de todos os contribuintes, inclusive da maioria que não terá suas casas "blindadas".
O próximo passo lógico, será a distribuição de coletes balísticos (à prova de balas), para os cidadãos da cidade!
Em países sérios, candidatos a cargos políticos com propostas desse tipo teriam como destino certo a lata de lixo da história política.
No Brasil, eles costumam ser eleitos e reeleitos!
Haja paciência!!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

De Favelas, Traficantes e Milícias!

O texto que segue abaixo, é de autoria do editor deste VOX LIBRE e foi publicado na revista PHOENIX, órgão oficial do SINDEPOL, Sindicato Nacional dos Delegados de Policia Federal.
Quem quiser visitar o site da revista PHOENIX é só clicar no link do título deste post!
De Favelas, Traficantes e Milícias!
Rio das Pedras é o nome de uma favela situada na Barra da Tijuca, bairro nobre de classe média alta da cidade do Rio de Janeiro.
Um verdadeiro enclave de moradias humildes em meio a um contexto urbano de condomínios de luxo.
Os defensores da nomenclatura politicamente correta abjuram a expressão “favela” preferindo usar o termo “comunidade carente”, o que não é nada mais do que uma discussão bizantina pois independentemente do nome que se use, o fato permanece imutável: um amontoado de moradias improvisadas construídas normalmente em terrenos invadidos, sem qualquer planejamento urbanístico e com total ausência de infra-estrutura, sem água encanada ou esgoto, nem energia elétrica.
Com o passar do tempo os moradores de tais povoamentos conseguem mitigar tais carências através de clientelismo político.
Há favelas em todos os grandes centros urbanos do Brasil e no Rio de Janeiro são centenas delas e seu surgimento é um subproduto óbvio do crescimento econômico e da má distribuição de renda já que os trabalhadores de baixo poder aquisitivo precisam viver próximos a seus locais de trabalho.
No Rio de Janeiro as favelas convivem lado a lado com a cidade organizada como se fosse sua imagem especular negativa, numa situação muito bem diagnosticada pelo jornalista Zuenir Ventura(
[1]), da dualidade cruel entre “morro” e “asfalto”!
Em razão da total ausência do poder público e não raro pela posição geográfica privilegiada (no alto de morros), as favelas acabam se transformando em valhacouto de criminosos de todo o tipo, principalmente de quadrilhas que exploram o tráfico de drogas ilícitas e que, diante da necessidade de defender seu território e seus pontos de “comércio” contra a investida de grupos rivais, acabam se transformando em perigosos bandos fortemente armados.
A população das favelas, composta normalmente em sua quase totalidade de gente trabalhadora e honesta é oprimida e explorada pelos grupos de traficantes que exercem poder de vida e de morte sobre tais comunidades.
Em algumas comunidades, os traficantes substituem o poder público até mesmo promovendo um tipo de assistencialismo que consiste em financiar compras de remédios e até funerais para alguns moradores, mas não é uma benemerência desinteressada e costuma esconder um alto preço a ser pago pelos moradores das favelas.
É comum que as adolescentes mais bonitas da favela sejam “tomadas” como mulheres pelos traficantes, da mesma forma que meninos e rapazes são recrutados compulsoriamente como “olheiros” ou “soldados” das narcoquadrilhas.
A convivência obrigatória com os traficantes e o uso ostensivo de drogas também acaba por levar o drama da dependência química para dentro das famílias dos favelados.
Há também a prática freqüente de promover bailes “funk” nas favelas com a participação de grupos musicais do gênero, tudo financiado pelo tráfico, apenas com o objetivo comercial de incrementar as vendas de maconha e cocaína.
É normal também que os moradores das favelas se vejam sistematicamente no meio do fogo cruzado de verdadeiras batalhas travadas entre grupos rivais disputando o controle territorial dos pontos de venda de drogas, ou no meio de tiroteios entre criminosos e a polícia que eventualmente promove incursões nos domínios do narcotráfico.
Muitas vezes traficantes em fuga invadem barracos em busca de esconderijo e por via de conseqüência é também corriqueiro que a polícia derrube as portas das casas em busca de fugitivos, freqüentemente confundindo moradores honestos com criminosos.
Há muitos policiais militares e assemelhados, como guardas penitenciários, integrantes das forças armadas de baixa patente e et coetera, que devido à baixa remuneração não têm alternativa melhor senão a de morar em favelas, necessitando porém manter sua condição profissional em segredo, sob pena de serem executados ou, no mínimo, expulsos do local.
Suas fardas são lavadas e postas para secar em varais improvisados no interior das residências, a salvo de olhares indiscretos, havendo é claro, casos de policiais que se tornam coniventes e partícipes das atividades criminosas.
Os dirigentes de associações de moradores que existem nas favelas dominadas pelo tráfico não outra escolha que não seja a de se portar de maneira a não contrariar os chefes do crime, sob pena de serem sumariamente assassinados.
O panorama de horror e opressão descrito de forma sumária nas linhas acima constitui o cotidiano “normal” dos moradores de todas as favelas cariocas.
Ou melhor, de quase todas!
A vida dos moradores da favela de Rio das Pedras nunca foi atingida por essa tragédia e portanto nunca foi objeto das matérias das páginas policiais dos jornais.
Por esse motivo, de constituir uma exceção em meio a uma conjuntura de caos e desordem, a favela de Rio das Pedras atraiu a atenção de um grupo de professores e estudantes do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que resolveu pesquisar e descobrir o segredo de Rio das Pedras.
O resultado da pesquisa de campo realizada no ano 2000, acabou por ser publicado em 2002 se transformando em uma obra de referência para quem quer se aprofundar no assunto(
[2]).
Rio das Pedras é, de fato, uma favela diferente!
Habitada hoje por cerca de 65.000 (sessenta e cinco mil) pessoas, surgiu na década de 70, com os primeiros casebres construídos pelas mãos de imigrantes nordestinos, mão de obra barata e descartável que trabalhava na construção dos muitos prédios de apartamentos e centros comerciais do novo bairro de classe média alta que surgia na, até então praticamente desabitada, Barra da Tijuca.
Seus primeiros moradores eram ligados por fortes laços de origem comum e camaradagem surgida nos canteiros de obra, gerador de um rígido sentimento de comunidade que norteou os rumos da comunidade e que permanece até hoje.
Na favela de Rio das Pedras as janelas ficam abertas o tempo todo, inclusive à noite, durante os tempos de maior calor.
As bicicletas permanecem na frente das casas sem cadeados ou correntes e o índice de criminalidade é zero.
Não há uso de drogas nem a presença de traficantes, as crianças brincam nas ruas em absoluta segurança.
No interior da favela Rio das Pedras há comércio de todo o tipo, agências bancárias, filiais de redes de supermercados, uma casa de bingos e nunca houve um assalto contra qualquer desses estabelecimentos.
Existe ainda uma casa noturna, de nome Castelo das Pedras, onde se realizam bailes que costumam reunir um público de até 10.000 (dez mil) pessoas.
Tais bailes são freqüentados com tranqüilidade por moradores de bairros da zona sul carioca, e há quem afirme que é possível deixar o carro estacionado com a chave na ignição sem o menor risco de que ele seja roubado.
A associação de moradores local administra tudo, inclusive a distribuição de botijões de gás de cozinha e o transporte alternativo e é comandada há muitos anos por Josinaldo Cruz, o Nadinho.
Em 2001, Nadinho foi convidado pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, a assumir o cargo de subprefeito da área - uma espécie de administrador regional -, coisa que de fato ele já era.
Nadinho recusou o convite dizendo que preferia continuar com autonomia para reivindicar em nome dos moradores de Rio das Pedras, liberdade que perderia se passasse a integrar a administração “oficial”.
E é óbvio que os “serviços” prestados pela entidade comandada por Nadinho são financiados com a arrecadação de contribuições dos moradores e comerciantes locais.
A espinha dorsal do contexto de paz e organização da vida em Rio das Pedras, entretanto, é a existência no local de uma bem estruturada e ativa “polícia mineira”(
[3]) mantida pela associação de moradores.
A expressão é usada pelos próprios moradores para designar a sua polícia particular.
Foi a ação da tal “polícia mineira”, tão antiga quanto a própria comunidade, que durante todos esses anos manteve Rio das Pedras livre do domínio dos traficantes de drogas, que poderiam instalar ali uma rentável rede de pontos de venda de maconha e cocaína pela localização privilegiada em plena Barra da Tijuca, morada de dependentes químicos de alto poder aquisitivo.
Quem quer que visite Rio das Pedras - e o local pode ser visitado sem sobressalto por qualquer pessoa -, sequer perceberá a discreta presença dos “seguranças” locais, mas eles estão ali, e bem armados, e já houve no passado momentos em que precisaram usar de violência para repelir traficantes que tentaram se instalar no local.
Não há a menor dúvida de que a segurança particular existente na favela Rio das Pedras é uma atividade clandestina e irregular, mas ela nunca atraiu a atenção da mídia.
Pelo menos até agora!
Acontece que desde fins de 2004 a experiência bem sucedida da “polícia mineira” começou a se expandir para outras favelas do Rio de Janeiro, mas agora com nova denominação: as milícias!
As milícias estão expulsando os traficantes instalados nas favelas e ocupando seu lugar, em troca da coleta de contribuições de moradores e comerciantes, e, a exemplo do que até então só ocorria em Rio das Pedras, passaram a controlar serviços básicos como distribuição de gás, transporte alternativo e até a distribuição “pirata” de sinais de TV a cabo!
A princípio as milícias começaram a expandir seu modus operandi por favelas de Jacarepaguá e adjacências da Barra da Tijuca, áreas próximas ao local de seu surgimento inicial, e atualmente há informações segundo as quais já são 92 (noventa e duas) as favelas controladas por milicianos e de onde o tráfico de drogas foi expulso.
E impossível negar que há aspectos positivos, principalmente para os moradores, no fim da ação de traficantes nas comunidades carentes, mas há muitos outros aspectos que devem ser levados em conta.
Em primeiro lugar há uma pergunta de natureza filosófica que deve ser feita:
Por que a polícia "formal" não consegue expulsar os traficantes das favelas e as milícias (que são compostas por policiais e assemelhados) parece realizar tal tarefa com tanta facilidade?
Será por que a determinados segmentos corruptos das instituições policiais interessa que os traficantes permaneçam amealhando os elevados lucros que o tráfico de drogas proporciona?
Ou será por que há interesse em simplesmente “privatizar” a segurança pública?
O mesmo policial fardado e de serviço que não consegue expulsar os traficantes, depois, de folga e à paisana, consegue manter a comunidade livre de bandidos, só que agora ele obtém ganhos como "segurança particular" para fazer o que deveria ser sua missão institucional.
Além disso, há informações segundo as quais, nas invasões das favelas, para expulsar os traficantes, os milicianos contam com o apoio do aparato oficial do Estado!
A expansão da ação das milícias é um fenômeno novo que vem ocupando a atenção da mídia, mas é nada mais do que um novo nome para uma tendência mais antigo de que a mídia não fala:
Vários bairros de classe média baixa e alta do Rio de Janeiro contam hoje com segurança particular!
As residências (e o comércio também) pagam preços tão baixos que ninguém se incomoda em reclamar, é coisa de 10 ou 20 reais mensais, e o importante é que a segurança funciona.
Quem são tais seguranças?
São policiais, bombeiros, guardas penitenciários, militares das FA’s e “X-9’s”(
[4]), os mesmos que compõem as milícias nas favelas.
São "empresas" clandestinas de segurança!
Os bairros em que tais seguranças existem?
Seria melhor perguntar quais são os bairros do Rio de Janeiro em que tais empresas clandestinas de segurança não atuam!
Normalmente quem “contrata” os serviços de tais empresas clandestinas de segurança são as associações de moradores, tal e qual ocorre agora nas favelas.
Em muitos bairros as associações de moradores emitem boletos bancários em nome dos associados onde cobram o valor a ser pago pelo serviço particular de segurança.
Muitos “milicianos” são policiais e assemelhados que moram nas favelas que patrulham irregularmente.
Os moradores das favelas onde atuam as milícias apóiam os milicianos, não há mais tráfico de drogas, nem uso, o risco de seus filhos serem cooptados pelos traficantes e suas filhas bonitas serem tomadas como mulheres desapareceu, mas esses moradores não são ouvidos pela mídia.
Há também a questão do poder político envolvido com a atuação das milícias!
NADINHO, o já citado "dono" da associação de moradores da favela Rio das Pedras foi eleito vereador do município do Rio de Janeiro em 2004.
Além do mais, candidatos da "bancada policial", eleitos no último pleito de 2006, teriam recebido votação maciça nas favelas onde as milícias atuam.
Há pouco tempo atrás, segundo amplamente divulgado pela imprensa carioca, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro teria recebido um relatório sobre uma milícia com atuação em bairros da Zona Oeste, que seria comandada por um vereador de nome Jerominho e por seu irmão, o deputado estadual Natalino (ambos policiais civis), havendo também quem afirme que tanto Jerominho como Natalino seriam politicamente ligados aos ex-governadores Rosinha e Anthony Garotinho.
Jerominho e Natalino, também através da mídia, negaram qualquer envolvimento com milícias!
A Polícia Federal recebeu da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, o ofício de número 058/2007, requisitando a instauração de inquérito policial eleitoral contra o ex-chefe da polícia civil carioca, o delegado de polícia ÁLVARO LINS (eleito deputado estadual em 2006).
A investigação requisitada pelo parquet eleitoral, pretende apurar a suposta prática dos crimes de compra de votos, uso da máquina administrativa, falsificação de documento público e particular para fins eleitorais e omissão em documento de declaração para fins eleitorais.
O Ministério Público Eleitoral suspeita que ÁLVARO LINS se beneficiou de votos em área dominada por milícias, suspeita reforçada por escutas telefônicas, nas quais o inspetor Fábio de Menezes Leão, o Fabinho, tido como suposto cabo eleitoral de Lins, cita um acordo fechado para fazer campanha no Morro do Jordão, em Jacarepaguá.
O ex-chefe de polícia foi o segundo mais votado na comunidade, controlada por paramilitares.
Ao ofício enviado pela Procuradoria Regional Eleitoral à Polícia Federal foi anexada reportagem do jornal O GLOBO, relacionada à votação em áreas dominadas por milícias.
O levantamento em 35 das 92 áreas sob controle de paramilitares (isso em meados de fevereiro de 2007), revela a enorme influência política que eles exercem sobre os moradores: 80% dessas comunidades tiveram pelo menos um policial, bombeiro ou militar entre seus candidatos mais votados nas últimas eleições.
De nove candidatos da área de segurança pública que fizeram campanha nesses locais, cinco se elegeram.
As 35 comunidades pesquisadas ficam em regiões eleitorais que abrangem cerca de 850 mil eleitores, ou 18% do eleitorado do Rio de Janeiro.
Além das implicações de caráter político que parecem integrar o cenário de atuação das milícias, há também, aparentemente, um desdobramento importante pertinente ao perfil da criminalidade no Rio de Janeiro.
Encarregada da punição aos jovens infratores, a 2ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro vem registrando, a partir do segundo semestre de 2006, uma queda nos registros de tráfico de drogas e o aumento dos casos de roubos e furtos praticados por adolescentes de ambos os sexos com menos de 18 anos de idade.
A novidade está sendo interpretada no Juizado de Menores como um reflexo da ação das milícias nas favelas da região metropolitana, especialmente nas zonas norte e oeste da capital fluminense.
Como as milícias não admitem a venda de drogas (os traficantes são expulsos ou mortos), crianças e adolescentes empregados pelas quadrilhas até a chegada dos grupos paramilitares estariam indo para as ruas em busca de dinheiro.
"Com a invasão das milícias nos morros, passou a haver um envolvimento menor do adolescente com o tráfico", disse a promotora Ana Lúcia Sauerbronn Gonçalves, uma das representantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro na 2ª Vara.
Segundo ela, a principal conseqüência da atuação das milícias em relação aos jovens foi a de que eles optaram por continuar na criminalidade, mas em atividades diversas, especialmente assaltos.
Para finalizar, as milícias das favelas são seguranças clandestinas iguais às que já atuavam em bairros nobres da cidade e que nunca chamaram a atenção da mídia.
O fenômeno das milícias é irreversível e apesar das declarações "oficiais" das polícias estaduais (civil e militar), há fortes suspeitas de que, na prática, as milícias contam com o seu integral apoio.
As milícias são a polícia mal-remunerada que, de folga, complementa a renda ganhando um dinheiro "extra", para não falar no aspecto relevante de que em muitos casos, o policial-miliciano patrulha a comunidade onde vive com sua família! Além da questão da remuneração baixa, há o aspecto do vazio institucional deixado pelo poder público que nas comunidades carentes era, antes, ocupado pelo narcotráfico, e agora é espaço ocupado pela ação das milícias.
Trocou-se um poder paralelo por outro!
Já nos bairros de melhor poder aquisitivo em que moradores e comerciantes pagam por segurança particular, observa-se que o motivo óbvio é o descrédito nas instituições de segurança pública, daí a opção pela segurança clandestina e privada.
O Brasil é um país que submete sua população a uma das mais pesadas cargas tributárias do mundo, sem que isso represente necessariamente uma contra prestação adequada de serviços públicos.
Se paga aqui, além dos impostos, taxas e tributos diretos, uma enorme carga de impostos indiretos naquilo que se come, se bebe, se veste, se lê e enfim em tudo que se consome, desde produtos de limpeza até o que se usa em higiene pessoal.
Apesar disso, há enormes deficiências na prestação de serviços típicos do estado como educação, saúde e segurança pública, que a nossa Constituição determina que são obrigações do poder público.
Como no presente texto se trata de uma questão de segurança pública, parece ter ficado muito claro que o poder público não cumpre com seu dever constitucional de garantir a integridade física, emocional, moral e o patrimônio dos cidadãos, independentemente de sua condição sócio-econômica!
Diante da evidente e flagrante omissão e ineficácia dos prepostos do estado na questão da segurança pública de todos, não resta aos cidadãos outra alternativa senão a de escolher entre vários males, o menor!
É por essa razão que brasileiros pagam por segurança particular quando deveriam poder contar e confiar na segurança pública proporcionada pelo estado, e é por essa razão que favelados preferem ser controlados por milícias do que ser oprimidos por traficantes de drogas!

ANTONIO RAYOL
Delegado de Polícia Federal de Classe Especial
Matrícula 2.417.198



[1] VENTURA, Zuenir. CIDADE PARTIDA. Rio de Janeiro: Ed. Cia das Letras, 1994.
[2] BURGOS, Marcelo Baumann (org.). A UTOPIA DA COMUNIDADE – RIO DAS PEDRAS; UMA FAVELA CARIOCA. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO, 2002.
[3] gíria usada para designar grupo armado que faz justiça pelas próprias mãos.
[4] gíria carioca que serve para designar aquele que se faz passar por policial, a expressão deriva de uma velha revista em quadrinhos sobre um detetive que usava tal codinome.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O alto preço das AVENTURAS!!!

Na madrugada da segunda-feira da semana passada (dia 10), dois alpinistas "amadores" foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro em um local de difícil acesso no Morro dos Cabritos!
Os dois alpinistas "amadores" iniciaram sua escalada na manhã do dia 09 (domingo).
Como estavam sem equipamentos adequados, sem provisões para passar a noite e não tinham o treinamento necessário, acabaram por se perder e por volta das 19:00 horas do domingo pediram socorro ao Corpo de Bombeiros por um telefone celular.
A operação de resgate durou cerca de 07 horas e mobilizou 11 bombeiros!
É claro que os homens do Corpo de Bombeiros estão aí para isso mesmo, socorrer a quem precisa!
O problema é que as pessoas se metem, de forma irresponsável e inconseqüente, em enrascadas desnecessárias!
Quem paga os custos de tais operações de resgate são os contribuintes!
Ou seja, TODOS NÓS!
Alguns programas de TV adoram abordar "aventuras radicais" porque isso gera muita audiência.
O fato é que tais programas de aventuras incitam pessoas despreparadas a se meterem em empreitadas para as quais não estão devidamente qualificadas e equipadas.
ALPINISMO é um esporte MUITO perigoso!
O VOX LIBRE acha que não se pode desperdiçar os pesados impostos que pagamos para socorrer os idiotas que confundem estupidez com coragem!
Meter-se a escalar uma montanha sem estar devidamente treinado e equipado para isso é pura estupidez!
Em 2003 o editor deste VOX LIBRE visitou uma estação de esqui no Chile conhecida como Valle Nevado, no coração da cordilheira dos Andes a quase 5.000 metros de altitude.
Foi a melhor viagem de férias que já realizamos!
Teleféricos davam acesso a pistas de esqui e snowboard para todos os graus de habilidade e todas eram muito bem sinalizadas.
Cores eram utilizadas para "marcar" o grau de dificuldades das pistas, VERDE para pistas fáceis, AMARELO para pistas difíceis, VERMELHO para pistas muito difíceis e NEGRO para pistas extremamente difíceis!
Todos os visitantes eram instruídos sobre o uso das pistas e advertidos sobre não se arriscar em pistas acima de suas habilidades, e havia instrutores poliglotas para orientar todos os visitantes!
Só havia uma pista com cor NEGRA (extremamente difícil), e se chamava apropriadamente...
LA DIABLADA!
Pois um imbecil embriagado se meteu em LA DIABLADA e ficou preso na neve.
A equipe de resgate de VALLE NEVADO foi mobilizada e "salvou" o bêbado!
Ele foi obrigado a arcar com os custos da "operação de resgate", o que não custou nada barato!
Aqui, no Rio de Janeiro, deveria ocorrer a mesma coisa!
Os cidadãos inconseqüentes que se metem a intrépidos "aventureiros" para depois pedir socorro ao Corpo de Bombeiros deveriam pagar pelos custos do "resgate"!
O Corpo de Bombeiros tem coisas mais importantes para fazer!
E tudo o que o Corpo de Bombeiros faz custa dinheiro!
O "nosso" dinheiro!!!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A escolha no Senado brasileiro é FRAUDE, ou FRAUDE?

Apesar do intenso noticiário a respeito, este VOX LIBRE tem se abstido de comentar o rumoroso "caso" RENAN CALHEIROS!
Por quê?
Um pouco por falta de tempo, outro pouco por cansaço e ainda também por desânimo!
Com tanta gente boa falando a respeito que diferença faria este humilde blog?
Mas com a absolvição do citado senador pelo plenário do SENADO, recebo uma mensagem de um amigo cujo nome não divulgamos porque não fomos autorizados a tanto!
E ele (o amigo), contribui com uma contribuição de natureza aritmética!
A cassação do mandato do presidente do Senado, RENAN CALHEIROS, por quebra do decoro parlamentar foi rejeitada por 40 votos!
O número 40 parece adquirir valor cabalístico no atual panorama político brasileiro!
Os votos a favor da cassação do mandato foram 35, e 6 votos foram abstenções!!!
Como são 81 os senadores, é correto concluir que as 6 abstenções foram decisivas a favor do senador RENAN CALHEIROS!
Se 6 senadores foram contra a cassação, também não seriam capazes de votar a favor!
Aos 6 senadores que "subiram no muro" faltou coragem para assumir uma posição!!!
O problema aritmético que nos traz o amigo a que nos referimos no início deste post é que em pesquisa efetuada pelo site de notícias G1, do grupo GLOBO, 46 senadores declararam que votaram a favor da cassação do mandato do senador RENAN CALHEIROS!
Logo, há um problema muito sério aí!
Ou o painel eletrônico do senado da República foi fraudado, ou temos pelo menos 11 (onze) senadores MENTIROSOS, pois que declararam ao site G1 que votaram a favor da cassação, quando na verdade votaram CONTRA a cassação do mandato ou se abstiveram!
O que é que vocês, piedosos leitores do VOX LIBRE, acham?
O painel eletrônico do Senado foi fraudado, ou temos em nossa República, pelo menos, onze Senadores MENTIROSOS???
Seja qual for a resposta, trata-se de uma FRAUDE!!!
Uma FRAUDE contra nós, cidadãos, que pagamos com nosso suado dinheirinho, o salário dessa gente!
Quosque tandem abutere patientia nostra?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

É o TREM-BALA???

Antigamente existia uma ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo por via ferroviária para passageiros!
Era conhecida como "trem de prata"!

Não era uma viagem para quem tinha pressa.

Mas era uma viagem romântica e confortável.

Fizemos tal viagem uma vez, acompanhados da esposa!

O trem saía do Rio de Janeiro, da gare da Central do Brasil às 22:00 horas e chegava em São Paulo às 07:00 horas da manhã.

Mesmo de ônibus era possível fazer tal viagem em menos tempo, em apenas 06 horas, mas a viagem de trem era insubstituível, e não sei porque acabou!

Tinha um vagão restaurante e os vagões com cabines onde se podia dormir com o corpo completamente esticado embalado no balanço suave da ferrovia, tudo com ar condicionado!

Era como viajar no Orient Express dos romances de mistério de Agatha Christie!

Não tinha as emoções fortes dos trens do far-west norte americano do século XIX quando aconteciam ataques de índios e de bandoleiros querendo roubar o dinheiro das remessas bancárias postais.

Mas toda essa "emoção" parece ter sido resgatada na data de ontem, dia 10, no Rio de Janeiro.

Um trem que transportava o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e o secretário nacional dos Portos, Pedro Brito, foi alvo de disparos ao menos duas vezes, na manhã de ontem (segunda-feira), ao passar pela favela do Jacarezinho (zona norte do Rio).

Os disparos levaram todos os ocupantes do trem a se jogarem no chão, abaixo do nível das janelas.

O trem realizava uma viagem inaugural em um trecho que passou recentemente por obras de revitalização - normalmente, o trecho recebe só trens de carga.

Na composição estavam, além dos ministros e vários jornalistas, o secretário estadual de Transportes do Rio, Júlio Lopes, e o presidente da MRS Logística, Julio Fontana Neto - a empresa que investiu na revitalização da linha férrea.

A foto que ilustra este post mostra o "pessoal" deitado no chão do trem enquanto as balas eram distribuídas com prodigalidade pela bandidagem!

O governador do Rio de Janeiro, que não é bobo nem nada e conhece o seu galinheiro, não estava no trem...

Preferiu viajar de helicóptero.

As "otoridades" da segurança pública carioca se explicaram, informando que "desaconselharam" o passeio de trem, reconhecendo que não têm capacidade de garantir a segurança física nem de ministros de Estado, em algumas áreas da cidade dominadas por outro Poder!

Então tá!!!

Em alguns trechos importantes do território do estado do Rio de Janeiro não existe "poder paralelo", existe sim um "outro poder" e por isso ninguém garante a segurança física de quem quer que seja!

Como costuma acontecer em casos de grande repercussão, depois da "porta arrombada", na tarde da mesma segunda feira uma força policial composta de tropas de infantaria apoiada por colunas de veículos blindados "invadiu" o território inimigo da favela do Jacarezinho!

A expedição punitiva matou um "elemento" e prendeu outros três, todos suspeitos de participar do ataque ao trem governamental!

Os ministros que passaram pelo "sufoco" minimizaram o "susto"!

Um deles disse que está "cansado" de entrar em favelas cariocas durante campanhas eleitorais e não há o menor problema, ou seja, as "coisas" são assim mesmo e não tem jeito!

O outro ministro disse que o PAC do governo vai resolver o problema oferecendo "opções" para essa "garotada"!

Ao usar a expressão "garotada" o tal ministro se referia aos sujeitos que abriram fogo contra o tal trem!

O tal ministro está seriamente equivocado!!!

"Garotada" era a expressão usada pelo saudoso e querido palhaço CAREQUINHA para se dirigir à sua platéia nos circos e teatros onde se exibia!

A turma que, usando fuzis e pistolas abriu fogo contra o tal trem pode ser chamada de vários nomes, menos de "garotada"!

Enquanto algumas "otoridades" federais e estaduais continuarem a classificar facínoras e assassinos como "garotada", não teremos nenhuma esperança de ver uma solução para o problema da criminalidade e da violência no nosso país.

Por conta do "caos" nos aeroportos do país, começou a se discutir a possibilidade de implantação de um "trem bala" ligando Rio de Janeiro a São Paulo.

O trajeto poderia ser feito em pouco mais de 2 horas.

Pois parece que o tal "trem-bala" já foi implantado, mas não na forma como se imaginava!

Agora é o "trem que leva bala"!!!

Em 14 de março deste ano publicamos um post sobre uma declaração do secretário de segurança do Rio de Janeiro, onde o mesmo se referia à falta de pontaria dos traficantes (é só pesquisar no VOX LIBRE)!

Se os bandidos que atacaram o trem de autoridades e jornalistas tivessem melhor pontaria, estaríamos agora a lamentar mortes estúpidas!

Quando é que essa hipocrisia e incompetência vai acabar?

domingo, 9 de setembro de 2007

O jogo-de-empurra da segurança pública carioca!!!

Mais uma ocorrência lamentável no Rio de Janeiro!
Gisele Marques Carneiro, uma menina de 11 anos, foi baleada na cabeça durante um ataque de traficantes da Favela Vila Vintém, em Bangu.
Ela viajava no carro de sua família, na madrugada da última sexta-feira (dia 07), e seu estado permanece grave.
Ela foi operada em uma clínica na Zona Sul do Rio, mas a bala não pôde ser retirada.
Segundo o pai, o estado dela é estável, e ainda amanhã (segunda-feira), ela deve passar por nova avaliação para verificar a possibilidade de uma nova cirurgia.
A avó de Gisele foi ferida de raspão em um dos braços.
O carro em que viajava Gisele era dirigido por seu pai e a família voltava de uma festa quando se perdeu em uma das saídas da Avenida Brasil e entrou por engano na favela da Vila Vintém onde traficantes de drogas do local abriram fogo contra o veículo.
O secretário de segurança do Rio de Janeiro afirmou que bandidos alteram a sinalização das ruas para atrair cidadãos incautos a armadilhas.
A autoridade disse ainda que "é preciso aumentar a fiscalização"!
Ah bom, então tá!!!
É confortador ter uma autoridade para nos dizer o que os bandidos fazem, é sinal de que a autoridade sabe das coisas!
O problema é que a tal declaração traz de forma implícita o reconhecimento de que o Rio de Janeiro, hoje, está dividido em lugares onde há certa segurança, porque os policiais aparecem de vez em quando, e outros lugares onde não há nenhuma segurança, porque a polícia ali só entra com carros blindados, e por pouco tempo.
Daí porque os bandidos alteram as placas de sinalização, para que os cidadãos de bem entrem nos lugares onde a civilização não existe e onde só "mandam" os bandidos!
Outra parte interessante da declaração, é onde o secretário diz que "é preciso aumentar a fiscalização".
Quem deve "aumentar a fiscalização", Ô cara pálida???
Seriam os "capacetes azuis", tropas de paz da ONU?
O chefe da segurança pública carioca parece acreditar que é espectador ou vítima do problema da segurança pública.
Não é!
Ele é o principal protagonista da questão!
Não deveria dizer coisas do tipo "é preciso fazer isso ou aquilo...", como se a solução pertencesse a terceiros.
Deveria dizer dizer coisas do tipo "eu vou fazer...", ou "nós vamos fazer..."!
Alguém tem que dizer ao secretário de segurança pública do Rio de Janeiro que o problema É DELE, e cabe a ELE APRESENTAR SOLUÇÕES!
O que os bandidos fazem no Rio de Janeiro todos nós já sabemos, o que precisamos saber é o que as "otoridades" FAZEM ou VÃO FAZER A RESPEITO!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

BIN LADEN é POP?

Depois de 3 anos sem notícias, OSAMA BIN LADEN, líder da organização terrorista AL QAEDA, apareceu em um vídeo divulgado pela mídia com novas ameaças aos EUA!

A novidade é que OSAMA BIN LADEN apareceu com a barba aparada e tingida de preto!

Não entendo muito de ISLAMISMO.

Sei que o ISLÃ proíbe a reprodução de imagens de qualquer coisa que exista, proíbe o consumo de carne de porco e de álcool e também que preza a higiene mas abomina a vaidade!

Aí surgem algumas dúvidas!

O ISLÃ que proíbe a reprodução de imagens, permite a realização e divulgação de vídeos?

E ainda, o ISLÃ que abomina a vaidade permite o tingimento da barba?

OSAMA BIN LADEN parece bem mais jovem na nova aparição.

Além da barba pintada de preto teria BIN LADEN usado botox?

BIN LADEN se transformou em um pop-star metrossexual?

A AL QAEDA vai explodir este VOX LIBRE por causa deste post?

O VOX LIBRE vai se transformar em um blog-bomba?

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

SABE DE TUDO ou NÃO SABE DE NADA???

Na data de hoje, o presidente de Banânia resolveu conceder uma entrevista coletiva às emissoras de rádio.
Claro que o editor deste VOX LIBRE tinha coisa mais importante para fazer, como por exemplo, levar o casal de poodles e o filhote de labrador para passear e, assim foi que apenas por acaso, ouvimos uns 40 segundos da tal entrevista.
O presidente dizia que a imprensa NÃO SABE nem trinta por cento do que o governo tem feito na área social!
Jornalistas têm por dever de ofício a obrigação de saber mais do que os cidadãos mortais comuns!
Normalmente, os jornalistas sabem muito mais do que publicam, até porque nem tudo o que se sabe pode ser publicado se não puder ser apurado e comprovado!
Caso contrário, os órgãos de imprensa podem ser processados judicialmente por publicar aquilo que não podem comprovar.
"Não acredite em tudo aquilo que publica, nem publique tudo aquilo em que acredita", é uma máxima do jornalismo "muderno"!
O fato é que o presidente afirmou que é muito bem informado, pois sabe mais do que os jornalistas, que têm a obrigação profissional de "saber de tudo"!
E aí surgiu a dúvida deste VOX LIBRE!
Afinal de contas, o presidente é aquele sujeito QUE SABE DE TUDO?
Ou o presidente é aquele sujeito QUE NÃO SABE DE NADA?
Ou o presidente SABE DE TUDO ou NÃO SABE DE NADA segundo as circunstâncias e seus interesses pessoais?
Quanta dúvida!!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A MORAL da BORRACHINHA!!!

O editor deste VOX LIBRE nunca sentiu a "emoção" de saltar de um avião em pleno vôo usando um pára-quedas!
Até já fomos convidados e cogitamos a hipótese, mas nunca houve coragem suficiente!
Os idiotas - a quem abominamos -, costumam confundir coragem com estupidez, pois a fronteira entre tais conceitos é muito tênue.
O finado pai deste editor costumava dizer que se DEUS quisesse que o Homem voasse ter-lhe-ia dado asas!
Talvez se alguém tivesse nos dado de presente um pára-quedas, teríamos tido o estímulo necessário para experimentá-lo num salto arriscado, a milhares de metros de altura.
Escrevemos este monte de bobagens pensando em um comercial institucional que ouvimos no rádio do carro.
Trata-se de uma campanha do governo sobre uma suposta parceria de escolas com comunidades para apoiar adolescentes que engravidam precocemente e abandonam os estudos em razão disso!
A questão é que no tal comercial, a música de fundo e a voz do locutor dão um tom de tragédia à gravidez precoce e indesejada, como se fosse uma espécie de "doença" grave que atingiu as adolescentes como um fato do destino.
A verdade é que nenhuma adolescente fica grávida por acaso!
Antes da "tragédia" da gravidez, houve um momento de prazer irresponsável!
A mídia, sob suas várias modalidades, tem sua parcela de responsabilidade ao erotizar em demasia nossas crianças, pré-adolescentes e adolescentes.
O sexo é "vendido" como uma forma fácil e acessível de prazer, e não temos nada contra o sexo como forma de prazer e lazer, a questão é que há um tempo na vida para tudo.
O governo não se preocupa com o problema da erotização precoce da juventude, antes disso, implementa campanhas de distribuição de "camisinhas" ou com a pregação do aborto como solução do "problema".
Quanto à campanha pela institucionalização do aborto (a nosso ver, assassinato de inocentes), valem até mentiras, como as proferidas pelo ministro da saúde que afirmou que "milhares" de mulheres morrem todos os anos no Brasil em conseqüência de abortos clandestinos!
Pura mentira!!!
Já a distribuição governamental de "camisinhas" até para pré-adolescentes, constitui a implantação da "moral" da borracha:
Desde que você esteja emborrachado por uma "camisinha", VALE TUDO!
Nenhuma menção a sexo com amor ou outras "bobagens" ultrapassadas!
O que se diz às meninas do Brasil é que elas podem "dar" quantas vezes quiserem e a quantos quiserem, desde que eles, os "meninos" estejam emborrachados com as camisinhas distribuídas gratuitamente.
A questão é que tudo nesta vida é falível, exceto a MORTE!
Até as "camisinhas" do governo podem falhar e uma gravidez indesejada acontecer, há os "acidentes"!
Como se diz no grande império do hemisfério norte das américas:
SHIT HAPPENS!!!
E é aí que aparece a história do pára-quedas.
Da mesma forma que alguém pode se sentir estimulado a experimentar um pára-quedas que ganhou de presente, um pré-adolescente pode se sentir estimulado a "experimentar" uma "camisinha" que o governo ou alguma ONG lhe deu!
Sabemos que a comparação é grosseira, mas a realidade do que abordamos aqui também é!
Os que distribuem "camisinhas" de forma indiscriminada não se preocupam em esclarecer todas as implicações decorrentes de uma relação sexual!
Ninguém parece se preocupar com o fato de que uma relação sexual é uma coisa muito séria, venha a desembocar em uma gravidez ou não!
Definitivamente é a MORAL da BORRACHINHA.
As meninas a usam, e depois quando surgir o problema da gravidez indesejada e inconveniente, é só dizer que NÃO SABIA DE NADA!

sábado, 1 de setembro de 2007

A MORAL e a ÉTICA de CODJA HUSSAN e seus 40 ladrões!

Todo ser humano tem sua própria escala de valores!
Os valores subjetivos do indivíduo porém, são fortemente influenciados pelas idéias que predominam no universo social onde ele está inserido e o conjunto de valores de cada grupo social varia no tempo, no espaço e segundo as suas peculiaridades culturais próprias.
É por esse motivo que na Índia as vacas são animais sagrados, enquanto no Ocidente é perfeitamente normal que amigos se reúnam em torno de uma churrasqueira para compartilhar os pedaços de uma vaca morta.
Já em vários países da Ásia, a carne de cães é considerada uma fina iguaria o que causa horror e espanto aos ocidentais, para quem tais animais devem ser tratados muitas vezes como membros da família.
Os índios Caetés não tinham vergonha de comer carne humana, porque isso era perfeitamente aceitável sob o ponto de vista moral e ético segundo seus costumes e valores.
ADOLF HITLER chegou ao poder na Alemanha, na década de 30 do século passado, nos braços do povo, e foi também com o apoio da esmagadora maioria do povo alemão que montou o aparato estatal baseado no ideário nazista da supremacia da raça ariana e na tese de que à Alemanha cabia a missão de governar o mundo para o "bem" da Humanidade!
A ideologia nazi-fascista produziu uma enorme tragédia histórica:
Uma guerra mundial com milhões de vítimas e o assassinato sistemático e planejado de mais alguns milhões de pessoas consideradas como um "problema" a ser resolvido através do extermínio como política de Estado.
Judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos e membros de outras minorias foram segregados, perseguidos e assassinados sem que os nazistas sequer ficassem ruborizados, já que para eles, tudo o que faziam era moral e eticamente justificável de acordo com a singular "régua" dos "valores" nazi-fascistas!
A história da humanidade está repleta de exemplos de montagem de intrincados sistemas ideológicos de natureza política ou religiosa capazes de "justificar" roubos, estupros e assassinatos em nome de um "bem" maior.
Assim se deu com genocidas históricos como STALIN, MAO TSE TUNG, FIDEL CASTRO e outros...
É o pessoal que acredita que os "fins" justificam os "meios"!
Em todos esses casos é possível verificar que valores como ÉTICA e MORAL foram manejados de forma flexível para explicar a "necessidade" do cometimento dos crimes mais hediondos!
Portanto ninguém deveria se escandalizar se CODJA HUSSAN, o chefe dos 40 ladrões das MIL E UMA NOITES resolvesse fazer um discurso para seus seguidores, dizendo que eles não deveriam se envergonhar de fazer parte de seu bando, ou mesmo se HUSSAN decidisse propagar a superioridade MORAL e ÉTICA dos "seus" 40 ladrões!
CODJA HUSSAN não estaria mentindo nem sendo cínico!
Ele estaria sendo apenas coerente e sincero, simplesmente porque acreditaria no absurdo de seu discurso.
A "régua" MORAL e ÉTICA de CODJA HUSSAN estaria contrariando os mais comezinhos princípios do Direito Natural, segundo os quais, MATAR e ROUBAR é sempre condenável, mas ainda assim a "régua" torta de HUSSAN continuaria a ser a "sua" régua.
A realidade pode sempre ser medida por qualquer "régua", por mais absurda e distorcida que seja ou possa parecer!
Nada disso significaria contudo que, uma vez fossem capturados os 40 ladrões, os magistrados de BAGDÁ iriam se sensibilizar com a ótica distorcida da realidade de CODJA HUSSAN e seus seguidores, permitindo que eles escapassem da pena que lhes caberia, segundo as leis penais da época.
Mas a bem da verdade, na versão original do conto árabe, CODJA HUSSAN, seus 40 ladrões e todo seu suposto e pretensioso discurso justificador de superioridade MORAL e ÉTICA terminaram seus dias mergulhados e cozidos em óleo fervente!
E o VOX LIBRE continua a divagar e lucubrar sobre ficção e literatura!!!