segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Melhor é não sair de casa!!!


Em 29 de setembro próximo passado aconteceu a maior tragédia da história da aviação comercial brasileira.
Um avião BOEING da empresa GOL caiu, depois de se chocar no ar com outra aeronave, matando todos as 154 pessoas que se encontravam a bordo.
De lá para cá, investigações que ainda não chegaram a uma conclusão definitiva apontam, no mínimo, para a existência de falhas graves no sistema de controle do tráfego aéreo brasileiro.
Pressionados pelas circunstâncias e pela repercussão internacional do caso, os controladores de vôo, através de suas entidades de classe passaram não somente a denunciar suas supostas condições precárias de trabalho, como a realizar uma "operação padrão", repelindo a carga de trabalho excessiva que até então vinham suportando sem reclamar e que pode ter sido uma das causas do trágico acidente!
Como resultado da tal "operação padrão" nossos aeroportos foram tomados por um verdadeiro caos:
Filas imensas, vôos cancelados, atrasos de até 24 horas, passageiros passando noites no chão de aeroportos, et coetera...
Temendo enfrentar tal situação milhares de pessoas cancelaram viagens provocando prejuízos na indústria de turismo, enquanto outras examinaram a possibilidade de trocar a viagem aérea pela via rodoviária.
Entretanto, enfrentar as estradas brasileiras pode ser ainda muito mais arriscado e penoso do que amargar o caos aeroportuário e os eventuais riscos de um controle aéreo com credibilidade colocada em xeque!
O procurador de justiça e senador da república Demóstenes Torres (PFL-GO), publicou interessante artigo abordando pesquisa recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), intitulada “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes nas Rodovias Brasileiras.”
O estudo mostra que apenas nas rodovias federais, em 2005, foram 10.422 as vítimas fatais, o que equivale à ocorrência de 5,6 acidentes aéreos por mês com o mesmo número de mortos do desastre do BOEING da GOL.
A tendência de morte nas estradas é ascendente: entre 2004 e 2005, o índice de mortos para cada mil acidentes cresceu de 90,6 para 94,9.
Os prejuízos estimados beiram a cifra de R$ 22 bilhões de reais, ou 1,2% do PIB, perdidos anualmente com os acidentes ocorridos no sistema rodoviário federal.
Se forem somados os custos dos desastres ocorridos nas vias urbanas, o valor do prejuízo pode subir para R$ 30 bilhões.
Está mais do que provado que os acidentes de trânsito acontecem no Brasil devido à negligência e à impunidade garantida do motorista conjugadas à péssima infra-estrutura rodoviária e ao baixo índice de monitoramento estatal ou de meios de fiscalização policial.
Além disso a pesquisa mostrou dados que desmentem a sabedoria convencional: 60% dos acidentes ocorridos nas rodovias federais são verificados à luz do dia, com tempo bom e em pista simples e 70% em linha reta.
As colisões frontais se verificam em menor freqüência, mas são a maior causa de mortes (33 a cada 100 acidentes), seguidas dos atropelamentos.
Para resumir a situação, resta ao cidadão-contribuinte que insistir em viajar nas férias de verão optar entre as rodovias da morte ou a roleta russa do caos aéreo.
E o governo federal?
Bem...
Eles não sabem de NADA!!!

Um comentário:

Alice disse...

Férias de indio, então vamos acampar na sala :( HohOho
Bom dia :)